Doença de Hashimoto: A Relação Entre Estresse, Trauma e a Saúde da Tireoide
A doença de Hashimoto é uma das condições autoimunes mais comuns que afetam a tireoide, especialmente em mulheres. Recentemente, especialistas têm aprofundado o entendimento sobre como traumas emocionais e estresse crônico podem influenciar o surgimento e a progressão da doença, ressaltando a importância de uma abordagem holística no tratamento.
Hashimoto e a "Personalidade da Pressão"
Ao longo de conversas com milhares de mulheres diagnosticadas com a doença de Hashimoto, surgiu um padrão recorrente. Muitas delas compartilham características semelhantes: são pessoas exigentes consigo mesmas, cuidadoras dedicadas dos outros, que vivem sob constante pressão. Embora o termo "Transtorno de Personalidade de Hashimoto" não seja clínico, ele representa uma combinação de traços comuns, como perfeccionismo e controle excessivo, que podem ser fatores agravantes para a condição.
O Impacto do Estresse e Traumas Passados na Tireoide
O estresse crônico é amplamente reconhecido por seu papel na saúde, e doenças autoimunes como a de Hashimoto não são exceção. Pesquisas apontam que traumas emocionais, especialmente na infância, aumentam a vulnerabilidade a essas condições. Estudos sobre o impacto das experiências adversas na infância (ACE) mostraram que traumas precoces aumentam em 20% o risco de desenvolver doenças autoimunes na idade adulta. Esses fatores, combinados com predisposição genética, criam um ambiente favorável para o desenvolvimento da doença.
O Papel dos Neurotransmissores e Hormônios no Desenvolvimento da Doença
De acordo com especialistas como o neurobiólogo Robert Sapolsky, o estresse crônico afeta o sistema imunológico por meio de hormônios como o cortisol, elevando o risco de doenças autoimunes. Gabor Maté, outro renomado pesquisador, reforça a ideia de que traumas emocionais não resolvidos e estresse acumulado afetam a saúde mental e física, predispondo ao surgimento de distúrbios como o de Hashimoto
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A Influência das Emoções no Tratamento da Doença de Hashimoto
Em uma pesquisa realizada com cerca de três mil mulheres, 90% das participantes relataram ter passado por eventos estressantes e emocionais significativos antes do diagnóstico da doença de Hashimoto. As observações levaram à conclusão de que trabalhar o lado emocional, por meio de psicoterapia e psicoeducação, é fundamental para o tratamento eficaz da doença.
Personalidade e Doença Autoimune: A "Personalidade de Hashimoto"
Muitas mulheres diagnosticadas com Hashimoto exibem traços de personalidade específicos, como a necessidade de controle, perfeccionismo, alta sensibilidade emocional e exaustão física e mental. A pressão constante e o autocriticismo são fatores que podem desencadear ou agravar a doença. Psicólogos sugerem que aprender a gerenciar esses aspectos, por meio de terapias comportamentais, pode ser um passo importante para a melhoria do bem-estar.
Alexitimia e a Incapacidade de Expressar Emoções
Outro aspecto importante identificado foi a alexitimia, que se refere à dificuldade de reconhecer e expressar emoções. Pessoas com essa característica frequentemente suprimem sentimentos, o que pode piorar o quadro de doenças psicossomáticas e autoimunes, como o Hashimoto. Trabalhar o reconhecimento e a expressão de emoções é uma parte essencial do tratamento.
Psicossomática e Doenças Autoimunes
O conceito do "Chicago Seven" descreve como emoções e traumas impactam fisicamente o corpo, levando ao surgimento de doenças psicossomáticas. A doença de Hashimoto foi recentemente incluída nessa lista, reforçando a ideia de que o fator emocional desempenha um papel crucial no desenvolvimento e tratamento de condições autoimunes.
Cuidando da Tireoide com uma Abordagem Holística
O tratamento da doença de Hashimoto não deve focar apenas no controle hormonal, mas também no bem-estar emocional e mental. A combinação de medicamentos, psicoeducação e terapia é crucial para alcançar uma recuperação eficaz. Ao identificar e lidar com os fatores emocionais e o estresse que afetam a saúde da tireoide, os pacientes podem melhorar significativamente sua qualidade de vida. Essa abordagem holística ajuda a conectar os aspectos emocionais com os físicos, mostrando aos leitores como os traumas e o estresse impactam a saúde da tireoide e a importância de uma abordagem integrada no tratamento.