Todas as doenças são causadas por nervos: desvendando mitos e verdades sobre a neurologia
Descubra como um neurologista pode ajudar com questões como dores de cabeça, tontura e dormência, e entenda quando buscar ajuda especializada
Essa ideia de que "todas as doenças são causadas por nervos" tornou-se um jargão popular, levando muitas pessoas a acreditarem que qualquer dor ou desconforto precisa ser tratado por um neurologista. Afinal, quando algo não vai bem, é comum pensarmos que o sistema nervoso é o culpado. Mas será que é assim mesmo? De fato, o neurologista é o profissional indicado para uma variedade de problemas relacionados ao sistema nervoso, e é importante entender como ele pode ajudar, o que observar e quando realmente precisamos da sua ajuda.
Enquanto várias especialidades médicas promovem consultas preventivas, como ginecologistas, dermatologistas e cardiologistas, os neurologistas não costumam recomendar exames preventivos. Isso porque os problemas neurológicos geralmente se manifestam com sintomas claros. No entanto, existem condições específicas que não devem ser ignoradas. Abaixo, apresentamos as 10 perguntas mais comuns feitas a neurologistas e suas respostas, para esclarecer as funções e limitações desse profissional.
1. Estou com tontura – isso é um caso para o neurologista?
Tontura é um sintoma multifatorial e, por isso, merece uma avaliação minuciosa. Muitas vezes, é necessário examinar o histórico do paciente: quando a tontura ocorre, se há fatores que a reduzem, e se há sintomas adicionais, como náuseas ou dor de cabeça. Um neurologista pode ajudar a identificar a causa e, se necessário, recomendar exames adicionais.
2. Quando devo me preocupar com dores de cabeça?
Dores de cabeça frequentes merecem atenção especial. Médicos recomendam manter um diário, anotando a intensidade, localização, sintomas associados e duração da dor. Caso ela ocorra mais de 14 dias por mês, é considerada crônica. O neurologista pode orientar o tratamento adequado, evitando o uso indiscriminado de analgésicos.
3. Analgésicos podem causar dependência?
Sim, o uso frequente e caótico de analgésicos pode levar ao desenvolvimento de dores de cabeça abusivas, um tipo de dor que surge devido ao uso excessivo desses medicamentos. Esse problema é difícil de tratar e exige a supervisão de um neurologista para evitar o agravamento da condição.
4. Por que o neurologista pede para eu tocar o nariz?
Esse teste simples ajuda a avaliar a coordenação motora e a integridade do sistema nervoso. O teste do “toque no nariz” pode revelar possíveis problemas neurológicos e é um exame fundamental para a avaliação da coordenação e do controle motor.
5. Dormência nas mãos pode ser problema neurológico?
Sim, especialmente se a dormência ocorre em repouso e não melhora com a mudança de posição. Muitas vezes, o problema pode ser causado pela compressão dos nervos. Mas se a dormência persistir, um neurologista poderá investigar causas subjacentes mais complexas.
6. Preciso levar exames prontos ao neurologista?
Não necessariamente. O neurologista começa a investigação com base nas queixas e no exame clínico. Somente após uma avaliação detalhada, ele pode solicitar exames específicos. Fazer exames por conta própria, sem orientação, pode gerar informações desnecessárias e confusas.
7. Como posso treinar meu cérebro?
A aprendizagem, a memorização e a prática são as melhores formas de manter o cérebro em atividade. O fenômeno da neuroplasticidade mostra que o cérebro se adapta e cria novas conexões ao longo da vida. Atividades mentais, como leitura, jogos que estimulam o raciocínio e novos desafios, ajudam a fortalecer essas conexões.
8. As células nervosas realmente não se regeneram?
Há uma verdade parcial aqui. O cérebro humano possui neurogênese, ou seja, a capacidade de formar novos neurônios, especialmente na infância. No entanto, muitos neurônios podem ser danificados por fatores como má alimentação, uso de álcool e tabagismo, entre outros.
9. Posso fazer uma consulta online com um neurologista?
Sim, consultas online são possíveis e permitem que o médico conheça as queixas do paciente e ofereça orientações iniciais. No entanto, o diagnóstico preciso e um tratamento adequado muitas vezes dependem de um exame físico completo, algo que só é plenamente possível em uma consulta presencial.
10. Para que serve o martelo neurológico?
O martelo neurológico é essencial para testar reflexos tendinosos, permitindo que o neurologista avalie a integridade do sistema nervoso e identifique possíveis disfunções.
Conclusão
Os neurologistas são fundamentais para o diagnóstico e tratamento de condições complexas do sistema nervoso, mas nem todos os sintomas apontam para um problema neurológico. Saber quando buscar ajuda especializada é essencial para evitar tratamentos desnecessários e focar em cuidados que realmente promovem a saúde.