Uso Regular de Aspirina Pode Reduzir Metástases e Potencializar a Imunidade Contra o Câncer Colorretal
Uma nova pesquisa investigou os efeitos do uso regular de aspirina em pacientes com câncer colorretal (CCR). A análise envolveu registros clínicos e patológicos de 238 pacientes tratados entre 2015 e 2019. Entre esses pacientes, 31 eram usuários regulares de aspirina, tomando 100 mg do medicamento diariamente.
Este grupo, denominado coorte METACCRE, foi submetido a análises histológicas detalhadas, focando em linfócitos infiltrantes de tumor (TILs), imunohistoquímica e dados de mutação. Adicionalmente, dados foram coletados de um subconjunto de 130 pacientes da coorte IMMUNOREACT1, que se concentrou em imunohistoquímica e citometria de fluxo.
Resultados da Pesquisa
Os resultados revelaram que o uso regular de aspirina estava associado a uma menor incidência de metástases nodais e a uma maior presença de TILs – células T e B capazes de reconhecer e destruir células cancerígenas. Na coorte IMMUNOREACT1, os usuários de aspirina apresentaram uma expressão significativamente mais elevada de CD80 epitelial, uma proteína crucial para a ativação de células imunológicas anticâncer. Este aumento de CD80 foi observado até mesmo na mucosa retal saudável, um local onde não se esperava que a aspirina tivesse efeito devido à sua baixa biodisponibilidade nessa área, conforme relatado pela New Atlas.
Implicações para a Prevenção e Tratamento do Câncer
A pesquisa sugere que a aspirina pode ter um papel duplo na prevenção e no tratamento do câncer colorretal. Além de inibir a inflamação, a aspirina parece aumentar a capacidade do sistema imunológico de reconhecer e atacar células cancerígenas, limitando assim a propagação do tumor. Este efeito pode torná-la uma ferramenta valiosa na imunoterapia contra o câncer.
Reavaliação do Uso da Aspirina
Dado o impacto potencial da aspirina no câncer, que vai além de seus conhecidos efeitos anti-inflamatórios, os pesquisadores sugerem uma reavaliação da forma como o medicamento é administrado no trato colorretal. A otimização do uso de aspirina pode maximizar seus benefícios anticancerígenos, oferecendo novas possibilidades para a prevenção e o tratamento do câncer colorretal.
Conclusão
Esta pesquisa destaca o potencial da aspirina não apenas como um anti-inflamatório, mas também como um agente que pode melhorar a resposta imunológica contra o câncer. O uso regular de aspirina pode representar uma estratégia promissora para limitar a progressão do câncer colorretal e aumentar a eficácia das terapias existentes. Consulte seu médico sobre isso.