Médicos: Capitais x Interior: Uma Análise Crítica
O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou, pela primeira vez, dados sobre o crescimento da densidade de médicos por mil habitantes nos estados brasileiros. Os números revelam um aumento significativo: entre 2010 e 2024, a maioria dos estados dobrou o número de médicos, com nove registrando crescimento superior a 100%. Nenhum estado apresentou redução na quantidade de profissionais.
Atualmente, 13 estados possuem uma média de médicos igual ou superior a países desenvolvidos como os Estados Unidos e Japão. O Distrito Federal destaca-se com 6,3 médicos por mil habitantes, seguido por Rio de Janeiro (4,3) e São Paulo (3,7). Em contrapartida, estados como Amazonas (1,6) e Maranhão (1,3) ainda enfrentam desafios significativos, embora tenham registrado aumentos expressivos.
Os dados também mostram uma concentração de médicos em grandes centros urbanos, onde as capitais abrigam 52% dos profissionais, apesar de representar apenas 23% da população. A densidade média nas capitais é de 7 médicos por mil habitantes, comparada a apenas 1,9 no interior.
O Sudeste possui a maior densidade médica do país (3,76 por mil habitantes), enquanto o Norte apresenta a menor (1,73). O CFM alerta para a necessidade de políticas públicas que incentivem a fixação de médicos em áreas carentes, além de melhorar a infraestrutura de saúde.
Atualmente, o Brasil conta com 575.930 médicos ativos, um crescimento de 339% desde os anos 90, mas o CFM expressa preocupação com a qualidade da formação médica e as condições de trabalho, enfatizando que a expansão deve ser acompanhada de planejamento e gestão adequados.