Pesadelos: Um Sinal Precoce de Doenças Cerebrais?

Publicado por: Feed News
20/10/2024 08:19 PM
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Ilustração/Cortesia Editorial Arquivo
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Pesadelos Podem Ser um Sinal Precoce de Demência, Revela Pesquisa


Pesadelos frequentes podem ser mais do que simples distúrbios do sono – eles podem ser um sinal de alerta precoce de demência, segundo uma pesquisa recente. Esta descoberta sugere que os sonhos podem desempenhar um papel crucial na identificação e no possível tratamento precoce de doenças cerebrais.

 

"Passamos um terço de nossas vidas dormindo, e cerca de um quarto desse tempo sonhando. Para uma pessoa média em 2024, cuja expectativa de vida é de 75 anos, isso equivale a mais de seis anos sonhando”, afirma Abidemi Otaiku, neurocientista da Universidade de Birmingham, no Reino Unido. Segundo ele, apesar do papel fundamental dos sonhos, ainda sabemos muito pouco sobre o impacto que eles podem ter em nossa saúde cerebral.

 

Há alguns anos, Dr. Otaiku conduziu uma série de estudos norte-americanos sobre saúde e envelhecimento, envolvendo mais de 3.200 participantes. A pesquisa foi dividida em dois grupos: um com pessoas entre 35 e 64 anos e outro com idosos acima de 79 anos. No início do estudo, nenhum dos participantes apresentava sinais de demência ou problemas de memória, e todos foram acompanhados ao longo de quase uma década.

 

O foco da pesquisa estava nos sonhos, especialmente nos pesadelos que provocam despertares súbitos. Os participantes registraram seus sonhos por meio de questionários preenchidos regularmente. A análise buscava correlacionar a frequência dos pesadelos com o declínio cognitivo e a saúde cerebral dos voluntários.

 

Os resultados revelaram que os adultos de meia-idade que tinham pesadelos semanais eram quatro vezes mais propensos a desenvolver declínio cognitivo dentro de uma década. Já os participantes mais velhos tinham o dobro da probabilidade de serem diagnosticados com demência. Esses achados reforçam a hipótese de que pesadelos frequentes podem ser um dos primeiros sinais de demência, antecipando o surgimento de problemas de memória e pensamento em anos – ou até mesmo décadas.

 

Curiosamente, o risco parece ser mais acentuado entre os homens mais velhos, que apresentaram uma probabilidade cinco vezes maior de desenvolver demência quando comparados aos homens que não tinham pesadelos regulares. Para as mulheres e para pessoas de meia-idade, a relação entre pesadelos e demência foi menos expressiva.

 

Dr. Otaiku sugere que tratar pesadelos pode ser uma maneira de retardar o declínio cognitivo ou até mesmo prevenir a demência em algumas pessoas. Essa abordagem se baseia em experiências de tratamento em pacientes com sintomas de Alzheimer, onde a demência é uma das principais manifestações.

 

Essas descobertas oferecem uma nova perspectiva para os profissionais de saúde, que podem considerar os pesadelos recorrentes como um sinal importante de atenção ao lidar com pacientes idosos. Em um cenário em que o diagnóstico precoce é vital, identificar padrões de sono anormais pode ser a chave para intervenções mais eficazes e oportunas.


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A Especialidade Médica Envolvida é a Neurologia

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