Santiago: Uma Luta pela Vida e pela Dignidade
Aos 72 anos, Santiago, um aposentado que sempre viveu na zona rural, começou a perceber algo incomum no rosto. Uma pequena ferida, perto do olho direito, que parecia nunca cicatrizar. No início, não deu importância. "Coisas da idade", pensava. Mas com o passar dos meses, a lesão cresceu lentamente, e as visitas ao espelho começaram a trazer mais preocupação.
Finalmente, encorajado pela família, Santiago procurou um dermatologista. Após uma biópsia, veio o diagnóstico: Carcinoma Basocelular (CBC). O médico explicou que este era o câncer de pele mais comum, geralmente causado pela exposição prolongada ao sol sem proteção. Santiago se lembrou das décadas passadas sob o sol escaldante das lavouras, sem chapéu ou protetor solar.
O primeiro enfrentamento
Em 2009, ele foi submetido à primeira cirurgia para retirar o tumor, que já comprometia parte da pele do rosto. Tudo parecia estar sob controle, até que, seis anos depois, uma nova lesão surgiu, exigindo outra cirurgia. Apesar do sucesso inicial, o carcinoma basocelular mostrou sua face mais agressiva.
A notícia que mudou tudo
Em agosto de 2020, durante um exame de rotina, o médico notou algo alarmante: o câncer havia voltado, desta vez de forma mais profunda, invadindo a área retroorbitária, atrás do único olho funcional de Santiago. A equipe médica discutiu as opções, mas o veredicto foi claro: seria necessária uma enucleação orbitária, ou seja, a remoção completa do olho.
Santiago ficou devastado. Perder o único olho significaria não apenas a visão, mas parte de sua autonomia. Ele sabia que isso impactaria profundamente sua vida. “Como vou cuidar da horta? Como vou reconhecer os rostos dos meus netos?”, perguntava-se, angustiado.
Uma alternativa menos agressiva
Foi então que o oncologista propôs uma alternativa: o uso de um medicamento chamado Erivedge (vismodegibe), uma pílula oral que poderia inibir o crescimento do tumor sem a necessidade de uma cirurgia mutilante. O médico explicou que o Erivedge era indicado para casos avançados de CBC e que poderia controlar o tumor, dando a Santiago uma chance de preservar sua qualidade de vida.
Embora o tratamento viesse acompanhado de efeitos colaterais – como cansaço, alterações no paladar e náuseas – Santiago optou por tentar. "Se há uma possibilidade de evitar a cirurgia, vou agarrá-la com todas as forças", disse ele, determinado.
Reflexões sobre a luta
Durante o tratamento, Santiago refletia sobre sua vida. Ele se culpava por nunca ter dado importância à proteção contra o sol, mas também sabia que, em sua época, pouco se falava sobre isso. Hoje, sua maior esperança era poder viver mais alguns anos, vendo seus netos crescerem e cuidando de sua horta, mesmo que com limitações.
A mensagem de Santiago
Ao compartilhar sua história com a TV Saúde Org, amigos e vizinhos, Santiago passou a alertar sobre os perigos da exposição solar desprotegida e a importância de procurar ajuda médica ao menor sinal de algo incomum. Ele se tornou um exemplo de resiliência e de como a ciência pode oferecer caminhos menos agressivos para enfrentar doenças graves como o câncer.
Essa história não apenas destaca os riscos do Carcinoma Basocelular, mas também ressalta a importância da prevenção e da busca por alternativas de tratamento que priorizem a qualidade de vida. Se quiser compartilhar sua história, entre em contato!