Saiba como os algoritmos das redes sociais moldam sua realidade online, decidem quem aparece no topo e por que isso afeta diretamente sua saúde mental, autoestima e até sua liberdade de expressão.
Você sabia que nem tudo o que seus amigos postam aparece para você? E que muitas vezes seu conteúdo também não chega a quem te segue? A explicação está nos algoritmos — sistemas baseados em inteligência artificial que determinam o que é visível ou não nas redes sociais.
Mas afinal, o que é um algoritmo?
De forma simples, algoritmo é um conjunto de regras e instruções criadas para que máquinas tomem decisões automaticamente. No caso das redes sociais, são essas instruções — escritas por humanos e aperfeiçoadas por inteligência artificial — que decidem o que você vê, o que é escondido e até o que viraliza. Em outras palavras, você não vê o que quer. Você vê o que o algoritmo quer que você veja.
Mas o que parecia apenas uma “organização automática” virou uma força poderosa de influência, controle e, para muitos, exclusão digital.
O algoritmo recompensa quem se adapta ao seu padrão invisível, e pune quem foge dele. Isso significa que pessoas reais, com histórias relevantes e conteúdos profundos, podem ser silenciadas, enquanto outros, mais alinhados às “tendências” — mesmo que vazias — ganham espaço, visibilidade e dinheiro.
A TV Saúde ouviu especialistas em tecnologia e psicologia para entender como a inteligência artificial está moldando o comportamento humano, muitas vezes de forma silenciosa e nociva. “O algoritmo não tem empatia. Ele privilegia o que mantém o usuário preso, e isso pode ser um conteúdo tóxico, exagerado ou emocionalmente impactante — e não necessariamente útil ou saudável”, explica a pesquisadora digital Fernanda Corsi.
Os impactos na saúde mental são alarmantes. Criadores de conteúdo vivem a síndrome do “post que flopou”. Usuários comuns passam a medir seu valor pela entrega de suas publicações. Quem não agrada ao algoritmo, sente que está sendo apagado — mesmo estando online.
Entenda que o algoritmo não é neutro. Ele tem metas: engajamento e tempo de tela.
Evite conteúdos manipulativos. Siga perfis que promovem bem-estar e informação de qualidade.
Não baseie sua autoestima em visibilidade. O valor do que você é não está nos números de visualização.
Se na vida real já é difícil lidar com julgamentos, nas redes sociais você ainda precisa agradar uma máquina invisível que decide o que o mundo verá de você.