Conheça em detalhes o que é o mieloma múltiplo, como ele afeta o organismo, quais são os principais sintomas, tratamentos e perspectivas para quem recebe esse diagnóstico.
O mieloma múltiplo é um câncer raro do sangue, que afeta células chamadas plasmócitos — responsáveis pela produção de anticorpos que defendem o corpo contra infecções. No mieloma, essas células tornam-se malignas, acumulam-se na medula óssea e prejudicam o funcionamento normal do organismo, causando danos ósseos, insuficiência renal, anemia e fragilidade do sistema imunológico.
Historicamente, o primeiro caso documentado ocorreu em 1844, mas foi apenas no final do século XIX que a doença começou a ser reconhecida pela medicina. Atualmente, embora não haja cura definitiva, os avanços terapêuticos tornaram o mieloma altamente controlável, com novos medicamentos, anticorpos monoclonais e transplantes de células-tronco.
Segundo dados internacionais, o mieloma múltiplo representa cerca de 10% dos cânceres hematológicos e é o segundo tipo mais comum de câncer de sangue no mundo. Apesar das novas terapias, a doença apresenta recorrência frequente e mantém taxas anuais significativas de mortalidade.
A doença interfere na produção normal de células sanguíneas, resultando em anemia, baixa imunidade e aumento do risco de infecções. Um dos marcadores mais importantes é a proteína M, um anticorpo anormal que pode causar tumores, lesões ósseas e falência renal.
Principais sintomas:
Dor óssea persistente (especialmente nas costas, costelas e quadris)
Infecções recorrentes
Fraqueza e fadiga extrema
Problemas renais
Anemia
Possíveis causas:
A origem exata ainda é desconhecida, mas há indícios de predisposição genética, exposição à radiação ou contato com solventes químicos como o benzeno.
Diagnóstico:
Inclui exames de sangue e urina para detectar níveis elevados de anticorpos anormais, além de biópsia e aspirado de medula óssea.
Tratamentos disponíveis:
Quimioterapia tradicional
Inibidores de proteassoma (Velcade, Kyprolis, Ninlaro)
Drogas imunomoduladoras (Revlimid, Thalomid, Pomalyst)
Anticorpos monoclonais (Darzalex, Empliciti, Blenrep)
Transplante de células-tronco
Radioterapia e medicamentos de suporte para prevenção de fraturas e controle da dor
O prognóstico depende fortemente do diagnóstico precoce. Hoje, mais de 50% dos pacientes sobrevivem por pelo menos 5 anos após o diagnóstico, e muitos superam 10 anos com qualidade de vida.
Complicações comuns: fraturas, hipercalcemia, insuficiência renal, amiloidose e infecções graves.
Apoio e enfrentamento: além dos tratamentos médicos, buscar grupos de apoio, adotar hábitos saudáveis e manter acompanhamento constante são medidas fundamentais para o bem-estar físico e emocional.
No próximo conteúdo, vamos explorar as causas e fatores de risco do mieloma múltiplo, destacando o papel da genética, da exposição ambiental e de outros elementos que aumentam a probabilidade de desenvolver a doença.