Genética, ambiente e estilo de vida podem influenciar o desenvolvimento deste câncer raro que afeta as células produtoras de anticorpos.
O mieloma múltiplo é um câncer raro que começa com o crescimento anormal de uma célula plasmática na medula óssea. Embora a ciência ainda não tenha identificado uma causa única, estudos apontam para a interação entre fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida como elementos que aumentam o risco da doença.
As causas exatas ainda não foram determinadas, mas evidências sugerem:
Anormalidades genéticas – Mutações no DNA podem alterar o funcionamento das células plasmáticas, levando ao crescimento descontrolado. Em cerca de 50% dos casos, ocorre a troca de segmentos entre cromossomos, afetando genes relacionados ao ciclo celular.
Anormalidades da medula óssea – Alterações em células de suporte, como as dendríticas, podem favorecer o desenvolvimento de tumores de células plasmáticas.
Fatores ambientais – Exposição prolongada a produtos químicos, pesticidas, metais pesados ou radiação pode estar ligada ao início da doença.
Um dado relevante: 42% dos pacientes apresentam deleção no cromossomo 13, associada a pior prognóstico e resistência a tratamentos.
São aqueles que não podem ser alterados:
Idade – Mais frequente após os 60 anos.
Sexo – Incidência ligeiramente maior em homens.
Raça – Mais comum em afrodescendentes.
Histórico familiar – Parentes de primeiro grau têm risco 2 a 4 vezes maior, embora a maioria dos casos não seja hereditária.
Relacionam-se ao estilo de vida ou ambiente:
Exposição química e ocupacional – Contato frequente com amianto, benzeno, solventes, tinturas de cabelo e herbicidas, além de profissões como marcenaria, agricultura, indústria de borracha e cosméticos.
Radiação – Exposição a altos níveis, como sobreviventes de explosões nucleares.
Obesidade – Associada a maior risco e piores desfechos.
Gamopatia Monoclonal de Significado Indeterminado (MGUS) – Presente em 3% das pessoas acima de 50 anos; evolui para mieloma em cerca de 1% ao ano.
Plasmocitoma ósseo – Lesão localizada de células plasmáticas com risco aumentado de progressão para mieloma.
Apesar de não ser possível prever com exatidão quem desenvolverá a doença, conhecer os fatores de risco ajuda na vigilância e no diagnóstico precoce, aumentando as chances de um tratamento eficaz. A ciência avança para identificar marcadores genéticos e estratégias preventivas que possam reduzir a incidência e melhorar o prognóstico.
No próximo conteúdo da série sobre mieloma múltiplo, vamos explorar como é feito o diagnóstico e quais exames são essenciais para detectar a doença precocemente.