Pesquisadores revelam que os sintomas e causas de ataques cardíacos femininos são diferentes dos clássicos — e isso pode atrasar o diagnóstico e colocar vidas em risco.
Durante décadas, acreditou-se que a maioria dos ataques cardíacos estava ligada ao bloqueio das artérias coronárias. Mas um estudo de 15 anos, chamado OCTOPUS (Olmsted Cardiac Troponin in Persons Under Sixty-six), mudou essa visão ao analisar quase 3.000 pacientes com menos de 65 anos no condado de Olmsted, Minnesota.
O resultado surpreendeu: mais da metade dos ataques cardíacos em mulheres jovens não têm relação com artérias entupidas. Em vez disso, os especialistas descobriram outras cinco causas que podem passar despercebidas no diagnóstico clínico.
Segundo os cardiologistas envolvidos, os ataques cardíacos foram classificados em seis categorias:
Bloqueio clássico das artérias (aterotrombose)
Dissecção espontânea da artéria coronária (SCAD)
Coágulos vindos de outras regiões do corpo (embolia)
Espasmos arteriais
Desequilíbrio entre demanda e oferta de oxigênio
Casos sem causa explicada
O estudo também alerta para os sintomas atípicos do infarto feminino: em muitas mulheres, não há a dor intensa no peito considerada “clássica”. Em seu lugar, surgem sinais como falta de ar, dor no pescoço, mandíbula, costas, além de náusea ou azia.
Essas diferenças explicam por que tantas mulheres são subdiagnosticadas e recebem alta sem tratamento adequado. Especialistas defendem que é hora de rever protocolos clínicos baseados quase exclusivamente em estudos feitos com homens.
Mais do que nunca, cuidar da saúde do coração feminino exige atenção especial: conhecer os sinais de alerta, realizar exames regulares e não subestimar sintomas que parecem menores pode salvar vidas.
No próximo artigo da TVSaude.Org, vamos mostrar como diferenciar os sintomas clássicos do infarto masculino dos sinais atípicos que afetam as mulheres — e por que essa diferença pode custar vidas.