Um hábito aparentemente inofensivo pode afetar seriamente quem sofre de pressão alta. Veja o que diz a ciência sobre o impacto do café no coração.
Beber uma xícara de café pela manhã é um ritual sagrado para milhões de pessoas ao redor do mundo. Mas será que esse hábito tão comum pode colocar a saúde do coração em risco? Segundo uma cardiologista consultada, a resposta é: depende de quem bebe.
Estudos científicos confirmam que a cafeína provoca um aumento temporário na pressão arterial — até 10 mm Hg em apenas 30 minutos após o consumo. Isso ocorre porque a substância ativa o sistema nervoso simpático, provocando o estreitamento das artérias. No entanto, a intensidade desse efeito varia de pessoa para pessoa e está relacionada à quantidade de cafeína ingerida.
A boa notícia é que, para a maioria dos adultos saudáveis, esse pico de pressão não representa perigo. O problema está nas pessoas com hipertensão grave ou mal controlada, que precisam ter maior cautela e buscar orientação médica.
“Em casos assim, o ideal é monitorar a pressão arterial em casa após o consumo do café para entender o quanto ele impacta seu organismo”, recomenda a especialista.
Mas nem tudo são alertas. A cardiologista também tranquiliza os amantes da bebida: até 400 mg de cafeína por dia — o equivalente a 3 a 4 xícaras — são considerados seguros para a maioria dos adultos, segundo diretrizes nutricionais recentes. E mais: estudos indicam que o café pode até ser protetor do coração.
Um estudo de 2025 revelou que pessoas que tomam café pela manhã apresentam menor risco de morte por doenças cardiovasculares, além de redução na mortalidade geral. Outro levantamento mostrou que o consumo regular está associado a menores taxas de hipertensão, insuficiência cardíaca e fibrilação atrial.
A médica ainda reforça que tanto o chá verde quanto o café podem trazer benefícios, desde que consumidos com equilíbrio. Enquanto o chá verde ajuda a reduzir levemente a pressão arterial, o café pode, em doses moderadas, reduzir riscos cardíacos a longo prazo.
A recomendação final é clara: moderação é a chave. Quem tem pressão normal pode continuar aproveitando a xícara diária, mas quem enfrenta hipertensão deve consultar seu médico e, se necessário, adaptar o consumo — sem precisar abrir mão completamente do prazer de um bom café.