Bortezomida, Ciclofosfamida e Zometa atuam em sinergia no controle do mieloma múltiplo, unindo ação direta contra células cancerígenas e proteção óssea para preservar a qualidade de vida dos pacientes.
O tratamento do mieloma múltiplo envolve uma combinação estratégica de medicamentos, cada qual com uma função precisa no combate à doença e na proteção do organismo. Entre os principais agentes utilizados estão Bortezomida, Ciclofosfamida e Zometa (Ácido Zoledrônico).
A Bortezomida é considerada um dos pilares do tratamento moderno do mieloma múltiplo. Sua ação inibe o proteassoma, estrutura essencial para a sobrevivência das células cancerígenas, levando-as à morte programada.
Ela é utilizada em protocolos de primeira linha, como o VRd (Bortezomida + Lenalidomida + Dexametasona), ou o CyBorD (Ciclofosfamida + Bortezomida + Dexametasona), especialmente em pacientes não elegíveis à lenalidomida.
Principais efeitos adversos incluem neuropatia periférica, fadiga e redução das plaquetas (trombocitopenia). A via subcutânea tem sido preferida, pois reduz os danos nervosos em comparação com a intravenosa.
A Ciclofosfamida é um agente alquilante que atua danificando o DNA das células doentes, impedindo sua multiplicação. Apesar de ser uma quimioterapia clássica, sua combinação com outros fármacos tem mostrado excelentes resultados no controle da doença.
Utilizada por via oral ou intravenosa, a ciclofosfamida exige atenção especial quanto à cistite hemorrágica — um efeito colateral grave, porém evitável com hidratação intensa e uso de mesna. Também pode causar supressão da medula óssea, exigindo controle hematológico rigoroso.
O Ácido Zoledrônico, conhecido comercialmente como Zometa, não é um quimioterápico, mas um adjuvante essencial no tratamento do mieloma. Como a doença afeta diretamente os ossos, provocando fraturas e dor intensa, o Zometa atua inibindo os osteoclastos, células responsáveis pela reabsorção óssea.
Além de proteger os ossos, o Zometa pode contribuir indiretamente no controle do tumor ao inibir a formação de novos vasos sanguíneos (angiogênese), dificultando a expansão das células malignas. Entre os efeitos colaterais mais importantes estão a osteonecrose da mandíbula (rara) e a hipocalcemia, sendo necessário acompanhamento odontológico e suplementação de cálcio e vitamina D.
Regime | Composição | Indicação |
---|---|---|
VRd | Bortezomida + Lenalidomida + Dexametasona | Primeira linha de tratamento |
CyBorD | Ciclofosfamida + Bortezomida + Dexametasona | Alternativa eficaz e acessível |
Manutenção | Bortezomida ou Lenalidomida (isolados) | Pós-transplante, prevenção de recidiva |
O uso combinado de Bortezomida, Ciclofosfamida e Zometa tem ampliado a sobrevida e qualidade de vida dos pacientes com mieloma múltiplo. Cada um desses medicamentos possui um papel complementar — do ataque direto às células tumorais à preservação dos ossos — e seu uso é definido por especialistas com base no perfil individual de cada paciente.
A orientação médica contínua, os exames de monitoramento e a comunicação entre pacientes e equipe de saúde são essenciais para garantir os melhores resultados.
No próximo conteúdo, vamos explorar o que é o Transplante Autólogo de Medula Óssea e como ele tem transformado a vida de pacientes com mieloma múltiplo. Acompanhe!