As Doenças Invisíveis das Mulheres: Dor Real, Diagnóstico Negado

Publicado por: Feed News
07/04/2025 19:03:09
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Ilustração Cortesia Editorial Ideia
Ilustração Cortesia Editorial Ideia

As Doenças Invisíveis das Mulheres: Dor Real, Diagnóstico Negado

 

Dor sem Exame, Diagnóstico sem Escuta: As Mulheres Invisíveis na Medicina

Elas sentem dor há anos. Já ouviram de tudo: que é psicológico, hormonal, cansaço, TPM. Mas a dor continua. Vêm o inchaço, a fadiga, a sensação de estar sempre doente — mesmo com todos os exames “normais”. Essa é a realidade de milhões de mulheres com doenças invisíveis: condições crônicas, inflamatórias ou autoimunes que não aparecem facilmente em exames convencionais, mas devastam o bem-estar físico, emocional e social.

 

O que são doenças invisíveis?

São chamadas assim porque, embora sejam reais e debilitantes, muitas vezes não deixam marcas aparentes no corpo nem são detectadas de imediato por exames de sangue, imagem ou testes clínicos comuns.
Entre as mais prevalentes estão:

  • Endometriose: inflamação provocada por tecido semelhante ao do útero que cresce fora dele. Causa cólicas intensas, infertilidade e dores crônicas.

  • Fibromialgia: síndrome dolorosa que provoca dor em todo o corpo, fadiga extrema, distúrbios do sono e alterações cognitivas.

  • Lúpus e outras doenças autoimunes: como artrite reumatoide, esclerose múltipla e tireoidite de Hashimoto. Elas afetam o sistema imunológico e confundem médicos por sua variedade de sintomas.

 

O ciclo da invisibilidade: da dor à descrença

Essas doenças compartilham uma armadilha: o diagnóstico costuma demorar anos. Muitas mulheres consultam diversos médicos até encontrar um que leve sua dor a sério. A ausência de um “achado clínico objetivo” faz com que muitas delas ouçam frases como:

“É normal sentir um pouco de dor.”
“Você precisa relaxar.”
“Talvez esteja somatizando.”

A negligência contínua desgasta emocionalmente e favorece a cronificação dos sintomas. Estudos revelam que, em média, uma mulher com endometriose leva entre 7 a 10 anos para ser diagnosticada corretamente.

 

Por que isso acontece?

  • Falta de escuta ativa: a consulta médica tradicional ainda é centrada no modelo masculino de diagnóstico.

  • Desinformação sobre sintomas femininos: doenças femininas recebem menos atenção científica e midiática.

  • Preconceito institucionalizado: mulheres são historicamente associadas à instabilidade emocional, o que mina a credibilidade de suas queixas.

 

Como exigir um diagnóstico digno e cuidados adequados

Documente seus sintomas: anote datas, intensidade, duração e impactos. Leve registros para a consulta.
Busque especialistas: ginecologistas, reumatologistas, imunologistas e neurologistas são os mais indicados.
Converse com outras mulheres: grupos de apoio e relatos em redes sociais podem ajudar a identificar padrões.
Não aceite explicações vagas: exija encaminhamentos e investigue até encontrar quem escute de verdade.

 

Precisamos falar disso, urgentemente

As doenças invisíveis não podem mais ser ignoradas. A medicina que não enxerga a mulher, sua dor e sua complexidade contribui para o adoecimento físico e psicológico.


Na TV Saúde, este espaço é para escuta, empatia e informação de qualidade. Compartilhe esse artigo com quem precisa saber: dor crônica não é normal, é sinal de alerta.

 

Convite para o próximo artigo relevante:

No próximo episódio da série da TV Saúde, vamos abordar como os estigmas emocionais interferem nos diagnósticos femininos, com foco em saúde mental, ansiedade, depressão e a fronteira entre o psicológico e o físico.

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