Sinais de Alerta: Como Identificar o Sofrimento Emocional Antes que Seja Tarde Demais

Publicado por: Feed News
06/04/2025 19:11:13
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Às vezes, os pedidos de ajuda vêm disfarçados de silêncio. Reconhecer os sinais pode salvar uma vida./Ilustração Cortesia Editorial Ideia
Às vezes, os pedidos de ajuda vêm disfarçados de silêncio. Reconhecer os sinais pode salvar uma vida./Ilustração Cortesia Editorial Ideia

Ninguém decide morrer de repente – o corpo fala, o comportamento muda, o olhar pede ajuda

 

O suicídio raramente acontece sem sinais prévios. Na maioria das vezes, a pessoa em sofrimento manifesta mudanças sutis ou evidentes no comportamento, que podem passar despercebidas por falta de conhecimento ou atenção. Por isso, saber reconhecer os sinais de alerta é um passo fundamental para a prevenção.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde, os sinais de risco para suicídio incluem:

 

Mudanças comportamentais frequentes:

  • Isolamento repentino, mesmo de pessoas próximas

  • Desinteresse por atividades que antes davam prazer

  • Irritabilidade constante, agressividade ou apatia

  • Alterações no sono ou apetite sem motivo aparente

  • Descuido com a aparência ou higiene pessoal

 

Frases que soam como despedida ou desistência:

  • Vocês estariam melhor sem mim

  • Queria poder desaparecer

  • Não aguento mais essa dor

  • Se algo acontecer comigo, saiba que te amo

  • Logo tudo isso vai acabar

Essas frases, mesmo ditas em tom de brincadeira, nunca devem ser ignoradas.

 

Sinais de alerta emocional e psicológico:

  • Tristeza profunda ou prolongada

  • Sensação de vazio constante

  • Baixa autoestima extrema

  • Sentimento de culpa ou vergonha insuportáveis

  • Comportamentos de autolesão (cortes, queimaduras, pancadas)

 

Situações que aumentam o risco de suicídio:

  • Histórico de transtornos mentais não tratados

  • Uso abusivo de álcool e outras drogas

  • Perdas recentes (luto, separação, demissão, mudanças abruptas)

  • Violência doméstica, bullying, abusos

  • Diagnóstico de doenças crônicas ou incapacitantes

 

Como ajudar alguém com sinais de risco?

  1. Escute com empatia, sem interromper nem julgar.

  2. Demonstre presença e interesse real. Uma simples frase como “estou aqui para você” pode abrir portas.

  3. Não diga que é frescura, drama ou chantagem. Isso fecha o canal de comunicação.

  4. Evite prometer segredo absoluto. Em muitos casos, é necessário envolver apoio profissional ou familiar.

  5. Oriente para buscar ajuda especializada, como psicólogos, psiquiatras ou o CVV (188). Acompanhe, se possível.

 

E se a pessoa já tiver tentado suicídio?

  • Leve a ameaça a sério. Toda tentativa é um pedido de ajuda.

  • Remova objetos perigosos e jamais deixe a pessoa sozinha em crises graves.

  • Acolha sem culpa ou sermão. Frases como “você tem tudo na vida” ou “isso é egoísmo” só aprofundam a dor.

  • Ajude na retomada do cuidado profissional e incentive a continuidade do tratamento.

 

O silêncio é cúmplice. A empatia pode ser a diferença entre a vida e a morte.

Se todos aprendermos a reconhecer os sinais e a oferecer apoio, milhares de vidas podem ser salvas todos os anos. Falar é a principal forma de prevenção. Mas, mais do que falar, é preciso escutar. Com atenção, sensibilidade e atitude.

 

Em caso de emergência emocional, ligue 188 (CVV – 24h, gratuito e anônimo).

 

No próximo artigo da série: “A dor invisível dos jovens: por que o suicídio tem crescido entre adolescentes?

Vamos discutir o cenário atual, o impacto da internet, a pressão social e o papel da família e da escola na prevenção entre os mais jovens.

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