Mais do que um problema estético, a alopecia se mostra um desafio de saúde mental. Estudo publicado em julho de 2025 no British Journal of Dermatology aponta que o estigma causa mais ansiedade e depressão do que a gravidade da doença.
A alopecia, condição caracterizada pela perda parcial ou total dos cabelos, tem causas variadas — que vão desde predisposição genética até fatores autoimunes, hormonais e emocionais. Apesar de não colocar a vida em risco, diversos estudos indicam que o impacto psicológico da doença é profundo, muitas vezes maior do que a própria manifestação clínica.
Uma pesquisa recente, publicada em julho de 2025 no British Journal of Dermatology pelo King's College London, confirma essa realidade. O estudo, o maior do tipo já realizado, avaliou 596 adultos com alopecia areata e concluiu que o estigma social e as percepções negativas da condição causam mais sofrimento mental do que a própria severidade da doença.
Os resultados impressionam: mais de 80 % dos pacientes relataram sintomas de ansiedade ou depressão, enquanto mais de 50 % disseram sentir vergonha ou constrangimento, e mais de um terço relataram impacto negativo em atividades diárias, como trabalho, estudos, tarefas domésticas e lazer. Outro dado relevante mostra que quem mantém uma percepção mais positiva da alopecia apresenta menos sintomas de ansiedade, indicando que a forma como a condição é vivenciada
psicologicamente tem enorme peso no bem-estar.
Destaques do Estudo sobre Alopecia
(British Journal of Dermatology — julho/2025)
596 pacientes avaliados com alopecia areata
80% relataram ansiedade ou depressão
+50% sentiram vergonha ou constrangimento
1 em cada 3 teve atividades diárias afetadas
Percepção positiva da condição reduziu níveis de ansiedade
Conclusão: O estigma pesa mais que a queda de cabelo
Especialistas alertam que muitas vezes o tratamento clínico da alopecia não basta. É fundamental integrar acompanhamento psicológico, grupos de apoio e, em alguns casos, intervenção psiquiátrica. “A queda de cabelo pode ser passageira ou controlada, mas a cicatriz emocional pode permanecer por muito mais tempo”, afirma um dermatologista ouvido por nossa reportagem.
Ao redor do mundo, campanhas de conscientização buscam desestigmatizar a alopecia e incentivar pacientes a procurarem ajuda não apenas para os fios, mas também para a saúde mental. Celebridades e figuras públicas que assumiram a condição têm contribuído para dar visibilidade ao tema, reforçando a mensagem de que o valor pessoal vai muito além da aparência física.
O recado da medicina é claro: cuidar da alopecia não significa apenas buscar tratamentos para estimular o crescimento dos cabelos, mas também garantir suporte psicológico para enfrentar a jornada com dignidade e equilíbrio emocional.