Um achado comum em exames de rotina pode gerar medo, mas nem todo nódulo é câncer. Entenda as causas, riscos e como é feito o acompanhamento médico.
Um nódulo pulmonar solitário (NPS) é definido como uma área arredondada ou oval no pulmão, menor que 3 cm, circundada por tecido pulmonar normal. Apesar de causar apreensão em muitos pacientes, 95% dos nódulos são benignos, resultado de infecções antigas, inflamações, cistos ou doenças autoimunes. Ainda assim, parte deles pode se tornar câncer de pulmão, exigindo acompanhamento rigoroso.
Os nódulos maiores que 3 cm passam a ser classificados como massa pulmonar e são imediatamente suspeitos para câncer. Fatores como idade acima de 50 anos, histórico de tabagismo e antecedente de câncer aumentam significativamente o risco de malignidade. Além disso, nódulos com bordas irregulares, em formato subsólido ou localizados no lobo superior do pulmão são mais suspeitos.
Infecções prévias: tuberculose, pneumonias antigas ou micoses.
Cistos e malformações congênitas.
Doenças autoimunes, como artrite reumatoide e sarcoidose.
Tumores benignos, como hamartomas e lipomas.
Na maioria das vezes, o nódulo não causa sintomas e é descoberto por acaso em radiografias ou tomografias feitas por outros motivos. Quando associados a doenças de base, pode haver tosse, dor no peito, falta de ar ou febre. Os sintomas de câncer costumam aparecer apenas em estágios avançados: tosse persistente, sangue no escarro, rouquidão, perda de peso e falta de apetite.
O médico avalia o tamanho, o formato e a evolução do nódulo. A Tomografia Computadorizada (TC) é o exame mais utilizado. Em casos suspeitos, pode ser solicitado o PET-Scan ou uma biópsia pulmonar para confirmar o diagnóstico.
As Diretrizes da Fleischner Society recomendam diferentes condutas, que variam entre apenas observar com exames anuais até indicar biópsia ou cirurgia imediata, dependendo do tamanho e do risco individual.
Nódulos benignos não necessitam de intervenção, apenas de acompanhamento. Já os nódulos malignos podem ser tratados com:
Cirurgia, que pode variar de retirada parcial até lobectomia.
Quimioterapia e radioterapia em estágios mais avançados.
Imunoterapia e terapias-alvo, em casos específicos.
Encontrar um nódulo pulmonar pode ser assustador, mas na grande maioria das vezes não se trata de câncer. O acompanhamento médico é essencial para garantir tranquilidade e, quando necessário, iniciar o tratamento precoce — o que aumenta muito as chances de cura.
No próximo artigo, vamos falar sobre Rastreamento de Câncer de Pulmão em Fumantes e Ex-Fumantes: quem deve fazer, quais exames são recomendados e como essa medida pode salvar vidas.