A TVSaude.Org conversou com especialistas de várias áreas para entender até onde a inteligência artificial pode ajudar — e onde ela falha.
Provavelmente, cada um de nós já pesquisou sintomas no Google e se arrependeu depois. Afinal, uma tosse simples ou coriza facilmente se transformavam em “alertas” de doenças graves.
Agora, com a chegada da inteligência artificial, a promessa é maior: não apenas interpretar sintomas, mas até analisar exames e sugerir tratamentos.
Mas será que a IA pode mesmo substituir o médico? A TVSaude.Org ouviu profissionais de diferentes especialidades sobre situações reais vividas em seus consultórios.
1. O sonho da cirurgia virtual
Um proctologista contou o caso de um paciente que chegou convicto de que precisaria de cirurgia, após consultar o ChatGPT. No fim, tratava-se apenas de hemorróidas simples, resolvidas com tratamento clínico.
2. Dois caminhos na pele
Uma dermato-oncologista relatou dois casos: em um, a IA orientou corretamente a busca por um dermatologista; em outro, atrasou o diagnóstico de um tumor por trazer uma explicação equivocada.
3. Pulmões em alerta
Um pneumologista atendeu um paciente que foi ao consultório justamente porque o ChatGPT havia sugerido procurar ajuda médica após descrever seus sintomas. A IA, nesse caso, funcionou como “triagem”.
4. O suplemento que sumiu
Um endocrinologista lembrou do episódio em que o ChatGPT “vaporizou” o selênio, confundindo completamente o paciente que buscava orientação sobre suplementação.
5. A IA como juíza
Outra endocrinologista ouviu de um paciente que usou a IA como “árbitro” para escolher entre duas opções de tratamento — mas a máquina acabou simplificando demais a decisão.
6. O coração e a caixa-preta
Um cardiologista comparou o ChatGPT a uma “caixa-preta”: útil em fornecer dicas gerais de saúde, mas com armadilhas quando usado como manual médico.
7. A mente e a conversa digital
Um psiquiatra destacou que o ChatGPT pode ajudar pacientes a organizarem pensamentos, mas jamais substitui a relação terapêutica.
8. Vitaminas para o cérebro
Uma psicóloga comparou o uso da IA a tomar vitaminas: pode complementar e apoiar, mas nunca deve ser visto como tratamento em si.
O veredito?
Para todos os médicos ouvidos, o ChatGPT pode ser um bom auxiliar para estimular a busca por informações e até motivar consultas. Mas não substitui o olhar humano, a experiência clínica e a relação médico-paciente.