Apesar de ter o tamanho de uma ervilha, a glândula pituitária controla hormônios vitais e pode desencadear doenças graves quando sofre alterações.
A glândula pituitária, também chamada de hipófise, é conhecida como a “glândula-mestra” do corpo humano. Localizada em uma cavidade óssea chamada sela túrcica, no centro do crânio, logo abaixo do cérebro, ela tem apenas o tamanho de uma ervilha, mas desempenha funções vitais, controlando o crescimento, o metabolismo, a reprodução e diversas outras atividades corporais.
A hipófise é dividida em dois lobos principais: anterior e posterior.
O lobo anterior produz a maioria dos hormônios hipofisários, como o hormônio do crescimento (GH), o hormônio estimulante da tireoide (TSH), os hormônios gonadotróficos (FSH e LH), a prolactina (PRL) e o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH).
O lobo posterior libera principalmente ocitocina e hormônio antidiurético (ADH), responsáveis pelo controle da contração uterina, lactação e regulação da água no corpo.
Essa pequena estrutura está intimamente ligada ao hipotálamo, formando um sistema essencial para a regulação hormonal.
A hipófise pode apresentar alterações naturais de tamanho, como:
Aumento durante a puberdade e gravidez, encolhendo após os 50 anos.
Hipoplasia (subdesenvolvimento do lobo anterior).
Hiperplasia (crescimento excessivo, comum em mulheres jovens).
Sela túrcica parcialmente vazia, condição relativamente comum em exames de imagem.
Duplicação da hipófise, extremamente rara e associada a malformações.
Apesar de vital, a glândula pituitária pode ser afetada por tumores ou disfunções:
Adenomas hipofisários: tumores benignos, comuns em até 20% das pessoas, podendo ser assintomáticos ou causar dores de cabeça, alterações visuais e desequilíbrios hormonais.
Hiperprolactinemia: excesso de prolactina, causando secreção anormal de leite, infertilidade ou impotência.
Doença de Cushing: produção excessiva de ACTH, levando a acúmulo de gordura, fraqueza muscular e alterações menstruais.
Hipopituitarismo: redução da produção de hormônios, provocando fadiga, infertilidade, queda de libido e alterações metabólicas.
Apoplexia hipofisária: condição rara de sangramento súbito em um adenoma, com dor de cabeça intensa e perda visual.
O endocrinologista pode solicitar:
Testes hormonais (GH, ACTH, cortisol, prolactina, TSH, LH, FSH).
Testes funcionais como o de supressão com dexametasona ou de estímulo de insulina.
Ressonância magnética para avaliar tumores e alterações anatômicas.
O tratamento depende do diagnóstico:
Cirurgia transesfenoidal (pela cavidade nasal) para retirada de tumores.
Radiocirurgia com faca gama e radioterapia modulada (IMRT) em casos específicos.
Tratamento medicamentoso para normalizar a produção hormonal.
Mesmo pequena, a hipófise é essencial para o equilíbrio de todo o corpo. Alterações nessa glândula podem afetar desde a fertilidade até o metabolismo e o humor. Por isso, sintomas como fadiga persistente, alterações menstruais, impotência, ganho de peso repentino ou problemas de visão devem ser investigados por um endocrinologista.
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