Novo estudo europeu e reportagem da DW apontam que o xilitol, antes visto como alternativa segura ao açúcar, pode aumentar a formação de coágulos e elevar o risco cardiovascular.
Por anos, o xilitol foi promovido como um adoçante “natural” seguro, principalmente em gomas de mascar, balas e produtos low carb. Ele realmente apresenta vantagens, como não causar cáries e ter baixo impacto glicêmico. Mas pesquisas recentes mudaram o tom dessa conversa.
Em 2024, um estudo liderado pelo Dr. Marco Witkowski e publicado no European Heart Journal encontrou associação entre altos níveis de xilitol no sangue e maior risco de eventos cardiovasculares graves (infarto, AVC, morte cardíaca). Os pesquisadores observaram que, em laboratório, o xilitol aumentou a ativação de plaquetas — células responsáveis pela coagulação — e em animais acelerou a formação de trombos.
Já em humanos saudáveis, bebidas adoçadas com xilitol elevaram os níveis da substância no plasma em até mil vezes em 30 minutos, acompanhados de maior atividade plaquetária. Embora o estudo não prove causa e efeito, os dados levantam uma bandeira amarela.
A repercussão na mídia internacional
O tema ganhou repercussão além dos muros acadêmicos. A Deutsche Welle (DW) publicou uma reportagem em vídeo intitulada “Edulcorantes: ¿Es saludable sustituir el azúcar?”, onde especialistas destacam a necessidade de cautela no consumo de adoçantes como o xilitol. O vídeo reforça que edulcorantes não são “neutros” e que seu impacto no organismo ainda está sendo revisado. " Há provas de que existem as possibilidades de infarto" Disse o Dr. Marco Witkowski cardiologista do Hospital Universitário Charite - Berlin.
Não é motivo para pânico, mas sim para moderação.
Pessoas com risco cardiovascular elevado devem evitar o consumo frequente de xilitol até que estudos mais definitivos estejam disponíveis.
Para a população geral, a recomendação continua sendo reduzir o consumo de qualquer tipo de adoçante — natural ou artificial — e reeducar o paladar para menos doce.
Nota de cautela
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação individual com médicos ou nutricionistas.
No próximo artigo da série, vamos explorar: “Stevia e Eritritol: são realmente seguros?” — analisando as evidências mais recentes sobre esses dois adoçantes que vêm ganhando espaço como alternativas “naturais”.