Doenças da Glândula Pituitária: Quando a ‘Mestre do Corpo’ Perde o Controle

Publicado por: Feed News
01/10/2025 22:00:00
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Ilustração de adenoma hipofisário, um tumor geralmente benigno que pode alterar a produção hormonal. / Ilustração Cortesia Editorial Ideia
Ilustração de adenoma hipofisário, um tumor geralmente benigno que pode alterar a produção hormonal. / Ilustração Cortesia Editorial Ideia

Adenomas, hiperprolactinemia e doença de Cushing estão entre os distúrbios mais graves da hipófise, mas avanços na cirurgia e radioterapia oferecem esperança de tratamento eficaz.

 

Apesar de ter apenas alguns milímetros, a glândula pituitária exerce um papel central no equilíbrio do organismo. Quando sua função é comprometida, o corpo inteiro sente os efeitos. Diversas doenças e condições podem afetar essa glândula, sendo os tumores benignos (adenomas) os mais frequentes.

 

Adenomas Hipofisários

Os adenomas representam a condição mais comum da hipófise, afetando cerca de 20% da população. Normalmente são benignos, mas podem crescer e comprimir estruturas próximas, levando a dores de cabeça, distúrbios visuais e alterações hormonais. Quando maiores que 10 mm, recebem o nome de macroadenomas.

 

Hiperprolactinemia

Provocada por microadenomas ou macroadenomas, essa condição faz a hipófise produzir prolactina em excesso. Nas mulheres, pode causar secreções mamárias anormais, ciclos menstruais irregulares ou ausência de menstruação. Nos homens, é associada à impotência e infertilidade.

 

Apoplexia Hipofisária

Uma condição rara e grave, em que o tumor sofre sangramento ou infarto, provocando dor de cabeça súbita, perda de visão, vômitos e até falência hormonal aguda. Requer atendimento emergencial.

 

Doença de Cushing

Ocorre quando um adenoma produz ACTH em excesso, estimulando as glândulas supra-renais a secretarem cortisol em quantidades elevadas. Os sintomas incluem:

  • ganho de peso progressivo, especialmente no abdômen e no rosto (face em “lua cheia”);

  • fraqueza muscular;

  • depressão;

  • menstruação irregular em mulheres;

  • impotência em homens.

 

Hipopituitarismo e Pan-Hipopituitarismo

Em alguns casos, a hipófise perde a capacidade de produzir hormônios em quantidade suficiente. Isso pode afetar apenas um hormônio (hipopituitarismo) ou todos (pan-hipopituitarismo). Os sintomas vão desde cansaço extremo, infertilidade e pele seca até queda da pressão arterial e intolerância ao frio.

 

Diagnóstico e Testes

O diagnóstico envolve exames laboratoriais e de imagem, como a ressonância magnética (MRI). Entre os testes mais comuns estão:

  • Teste de supressão com dexametasona (para avaliar cortisol).

  • Teste de estímulo do hormônio do crescimento.

  • Teste de tolerância à insulina.

 

Tratamentos Modernos

  • Cirurgia Transesfenoidal: realizada pelo nariz, é o principal tratamento para a remoção de tumores da hipófise. É minimamente invasiva e preserva estruturas cerebrais.

  • Radiocirurgia com Faca Gama: técnica de radiação precisa, usada quando a cirurgia não é possível ou para complementar o tratamento.

  • Radioterapia de Intensidade Modulada (IMRT): alternativa em casos mais complexos.

  • Tratamento medicamentoso: usado em prolactinomas (ex.: bromocriptina e cabergolina), que podem reduzir ou até eliminar o tumor sem cirurgia.

 

Conclusão

A glândula pituitária, embora pequena, pode causar grandes impactos na saúde quando comprometida. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações graves. Avanços em cirurgia, radioterapia e medicamentos aumentaram significativamente as chances de controle e cura.

 

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