Cientistas canadenses alertam: água engarrafada pode conter microplásticos em níveis perigosos

Publicado por: Feed News
14/10/2025 19:00:00
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Cientistas da Universidade Concordia, no Canadá, alertam para os riscos crônicos do consumo contínuo de água engarrafada devido à presença de micro e nanoplásticos./ Agencia IDEIA
Cientistas da Universidade Concordia, no Canadá, alertam para os riscos crônicos do consumo contínuo de água engarrafada devido à presença de micro e nanoplásticos./ Agencia IDEIA

Nova revisão científica sugere que o consumo frequente de água engarrafada pode aumentar significativamente a ingestão de microplásticos — substâncias ainda pouco estudadas, mas potencialmente nocivas ao corpo humano.

 

Beber água engarrafada pode não ser tão seguro quanto se imagina. Uma pesquisa publicada na Journal of Hazardous Materials, conduzida por cientistas da Universidade Concordia, em Montreal (Canadá), chama atenção para os possíveis riscos à saúde provocados pelos microplásticos e nanoplásticos liberados pelas garrafas plásticas de uso único.

 

A equipe liderada pela pesquisadora Sarah Sajedi revisou mais de 140 estudos científicos sobre o tema e concluiu que, em média, uma pessoa pode ingerir entre 39 mil e 52 mil partículas microplásticas por ano. Entre os que consomem água engarrafada regularmente, esse número pode subir em torno de 90 mil partículas adicionais, em comparação com quem bebe água filtrada ou de torneira.

 

“As partículas podem penetrar nas barreiras biológicas, entrar na corrente sanguínea e atingir órgãos vitais”, explica Sajedi.
“O problema não é imediato, mas cumulativo — os microplásticos envenenam o corpo lentamente, provocando inflamação crônica e possíveis distúrbios hormonais.”

 

Os pesquisadores ressaltam que as garrafas plásticas expostas ao calor, luz solar ou variações bruscas de temperatura liberam ainda mais micro e nanoplásticos na água. Esses fragmentos minúsculos podem reagir com substâncias químicas do próprio plástico, aumentando o potencial de toxicidade.

 

Embora ainda não existam provas definitivas de que a ingestão de microplásticos cause doenças em humanos, experimentos em laboratório mostram alterações inflamatórias, estresse oxidativo e efeitos hormonais em células e animais expostos a essas partículas. Por isso, a Organização Mundial da Saúde recomenda monitoramento constante e redução do uso de plásticos descartáveis até que os riscos sejam plenamente compreendidos.

 

O estudo da Concordia reforça uma preocupação global crescente: a presença de plásticos invisíveis na água, nos alimentos e até no ar que respiramos. Outros levantamentos já detectaram microplásticos em marcas populares de água engarrafada em todo o mundo, incluindo EUA e Europa.

 

O que o consumidor pode fazer

Especialistas sugerem preferir:

  • Água filtrada em casa, com filtros de carvão ou cerâmica de boa procedência.

  • Recipientes de vidro ou aço inoxidável para armazenamento.

  • Evitar deixar garrafas plásticas ao sol ou em carros quentes.

  • Rejeitar o reuso de garrafas descartáveis, pois a degradação aumenta a liberação de microplásticos.

Enquanto a ciência busca respostas mais conclusivas, cresce o consenso de que reduzir o uso de plásticos descartáveis é a melhor medida preventiva.

 

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