Comum em pessoas com mais de 70 anos, o linfoma ósseo é silencioso e pode imitar dores comuns do envelhecimento.
Mas entender sua origem é o primeiro passo para vencê-lo.
Você já ouviu falar que o próprio sistema imunológico pode se transformar em um câncer? É o que acontece nos linfomas, um grupo de tumores que se desenvolvem a partir das células de defesa do corpo. E quando essas células se infiltram nos ossos, especialmente na coluna, estamos diante de um quadro de linfoma ósseo, mais comum em idosos acima de 70 anos.
O linfoma ósseo ocorre quando linfócitos cancerígenos invadem o tecido ósseo, provocando dor, fraqueza e, às vezes, fraturas. Embora o linfoma clássico atinja gânglios linfáticos, ele também pode surgir ou se espalhar para os ossos, sendo confundido com outras doenças como mieloma ou metástase.
Com o passar dos anos, o sistema imunológico envelhece, tornando-se menos eficiente e mais suscetível a mutações genéticas espontâneas. Isso significa que as células que deveriam nos proteger contra doenças podem, eventualmente, se transformar em tumores.
Nos idosos, essas alterações são mais frequentes. O risco de desenvolver linfomas, principalmente os chamados linfomas não-Hodgkin, aumenta significativamente após os 65 anos e atinge seu pico após os 70.
Apesar de o linfoma, em geral, não ser hereditário, alguns fatores de risco estão associados à sua origem:
Exposição a substâncias químicas, como agrotóxicos e solventes industriais
Infecções crônicas, como o vírus Epstein-Barr (EBV)
Imunossupressão prolongada, como em pacientes transplantados
Doenças autoimunes, como lúpus e artrite reumatoide
Mas em muitos casos, nenhuma causa direta é identificada — o que reforça o papel do tempo e do desgaste natural do organismo como elementos determinantes.
O diagnóstico envolve:
Exames de imagem, como tomografia e PET-CT
Biópsia óssea
Imuno-histoquímica, para identificar os marcadores específicos do linfoma
O tratamento varia de acordo com o subtipo do linfoma, mas pode incluir:
Quimioterapia específica (ex: protocolo R-CHOP)
Imunoterapia com anticorpos monoclonais
Radioterapia localizada
Acompanhamento oncológico contínuo
Prognóstico em Idosos:
Subtipo | Sobrevida Média |
---|---|
Linfoma indolente (lento) | 8 a 12 anos ou mais |
Linfoma agressivo (tratável) | 5 a 8 anos, com resposta positiva |
Linfoma avançado e resistente | 1 a 3 anos (pode variar) |
A boa notícia é que muitos pacientes idosos respondem bem ao tratamento, especialmente quando o diagnóstico é feito logo no início dos sintomas.
Dor na coluna, fraqueza nas pernas, perda de peso e fadiga persistente não devem ser ignorados, principalmente em idosos. Esses sintomas, frequentemente atribuídos ao envelhecimento, podem ser os primeiros sinais de um linfoma ósseo.
No próximo conteúdo da TV Saúde, vamos explorar os casos de metástases ósseas: quando o câncer começa em outro órgão e migra para os ossos.
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