Entenda como o estresse – tanto o do dia a dia quanto o emocional profundo – pode ser o gatilho oculto para infartos precoces, derrames e arritmias fatais.
O coração é um dos primeiros órgãos a reagir quando estamos sob estresse. Em poucos segundos, a frequência cardíaca sobe, os vasos sanguíneos se contraem e o corpo libera um coquetel de hormônios como adrenalina, noradrenalina e cortisol, preparando-nos para uma situação de "luta ou fuga".
Essa reação é natural e necessária em casos pontuais – é o chamado estresse agudo. Ele nos protege em emergências, aumenta nossa atenção e acelera nossa capacidade de resposta. Mas o problema começa quando essa resposta se torna constante.
Sob estresse intenso, especialmente em pessoas com predisposição cardiovascular, o sangue pode engrossar, placas de gordura nas artérias podem romper, e coágulos perigosos se formam, podendo causar infartos ou AVCs, até mesmo em jovens de 20 a 30 anos. Estudos mostram que o infarto agudo do miocárdio tem sido diagnosticado em faixas etárias cada vez mais jovens, muitas vezes desencadeado por uma crise emocional não percebida.
O estresse de longa duração impede que os vasos se recuperem. A liberação constante de cortisol promove resistência à insulina, favorecendo o surgimento da diabetes mellitus tipo 2, e acelera a formação de placas ateroscleróticas. É como uma bomba-relógio silenciosa dentro do corpo.
Um episódio de luto, uma crise familiar, um esgotamento no trabalho ou uma ansiedade constante por resultados e desempenho pode afetar a saúde cardíaca profundamente. Sem contar com os riscos associados à automedicação, sedentarismo, má alimentação e noites mal dormidas.
O coração sente – e sofre – com o que muitas vezes chamamos de “rotina”.
No próximo episódio da série "Coração em Alerta":
Insônia Fatal: Como a Falta de Sono Danifica Seu Coração e Aumenta Riscos de Infarto” — descubra por que dormir mal pode ser tão perigoso quanto fumar ou ser hipertenso.