A infecção por Helicobacter pylori pode evoluir silenciosamente por anos, provocando dores, sangramentos internos e aumentando o risco de câncer. Saiba como ela age, como é transmitida e o que fazer para se proteger.
Você pode estar convivendo com ela sem saber. A Helicobacter pylori, ou H. pylori, é uma bactéria que habita o estômago de mais da metade da população mundial. Em muitos casos, ela não causa sintomas imediatos, mas em outras pessoas, pode provocar gastrite crônica, úlceras e até câncer gástrico.
Essa bactéria é altamente adaptada ao ambiente ácido do estômago. Quando encontra um hospedeiro vulnerável, ela destrói a camada protetora da mucosa gástrica, permitindo que o ácido do próprio estômago cause lesões nos tecidos. E é aí que começam os problemas.
Inflamação constante e dor: gastrite crônica
A presença da H. pylori irrita a parede do estômago, provocando sintomas como:
Queimação e dor na parte superior do abdômen
Náuseas e sensação de estômago "pesado"
Arrotos, inchaço e gosto amargo na boca
Mau hálito persistente
Formação de úlceras gástricas ou duodenais
Com a mucosa comprometida, o ácido estomacal começa a corroer o tecido interno, formando feridas dolorosas. Quando isso acontece, surgem:
Dores fortes em jejum ou à noite
Fezes escuras ou vômitos com sangue (em casos graves)
Perda de apetite e emagrecimento
Risco elevado de câncer de estômago
Estudos mostram que, em longo prazo, a presença da H. pylori aumenta consideravelmente o risco de câncer gástrico, especialmente em pessoas com histórico familiar da doença ou alimentação rica em alimentos ultraprocessados e embutidos.
Efeitos indiretos no corpo todo
Além do estômago, a bactéria pode afetar o bem-estar geral:
Anemia sem causa aparente, devido a micro-sangramentos
Fadiga constante
Deficiências nutricionais, como ferro e vitamina B12
Como se pega H. pylori?
A transmissão é mais comum do que se imagina:
Água ou alimentos mal higienizados
Contato com saliva, utensílios ou mãos contaminadas
Ambientes com saneamento precário
A transmissão da Helicobacter pylori (H. pylori) ocorre principalmente por vias orais, especialmente em contextos de higiene precária, saneamento deficiente e contato direto com secreções. Embora ainda existam debates científicos sobre todas as rotas possíveis, as principais formas de contágio conhecidas e aceitas são:
Transmissão oral-oral:
Compartilhamento de talheres, copos, pratos e escovas de dentes.
Beijos, especialmente se um dos parceiros tem má higiene bucal ou refluxo frequente.
Contato próximo com saliva contaminada (inclusive entre pais e filhos pequenos).
Transmissão fecal-oral:
Contato com fezes contaminadas, seja diretamente ou por meio de água e alimentos.
Consumo de alimentos mal lavados ou mal cozidos (especialmente vegetais crus e carnes malpassadas).
Beber água não tratada (poços, rios ou torneiras sem filtro adequado).
Transmissão via superfícies e mãos contaminadas:
Tocar a boca ou alimentos com as mãos sujas, após ir ao banheiro ou antes das refeições.
Superfícies de banheiro mal higienizadas.
Grupos mais vulneráveis à infecção:
Crianças (devido à higiene ainda imatura)
Pessoas que vivem em locais com saneamento básico precário
Famílias com vários infectados na mesma casa (a transmissão doméstica é comum)
O que fazer se tiver H. pylori?
O diagnóstico é feito por:
Teste do bafômetro (urease)
Exame de fezes
Endoscopia com biópsia
O tratamento convencional envolve:
Antibióticos combinados com inibidores da acidez gástrica
Suplementação com probióticos, alimentação anti-inflamatória e descanso
Há também formas naturais que auxiliam na recuperação, como:
Chás medicinais (espinheira-santa, gengibre)
Suco de repolho
Mel de Manuka
Redução de leite, açúcares, carnes vermelhas e farinhas brancas
Importante: Nunca interrompa um tratamento sem orientação médica. A erradicação completa da bactéria deve ser confirmada com novos exames.
Convite para o próximo artigo:
Você sabia que alguns alimentos e chás podem aliviar a dor da gastrite e ajudar na cicatrização da mucosa gástrica? No próximo artigo, vamos revelar 7 aliados naturais contra a H. pylori — descubra como usá-los com segurança!