Avanço global usa análise de proteínas para prever, tratar e talvez reverter doenças cerebrais associadas ao envelhecimento
Em um dos mais promissores esforços científicos da década, um Consórcio Global de Proteômica de Neurodegeneração — apoiado pela publicação Nature — está utilizando a análise em larga escala de proteínas humanas para enfrentar doenças neurodegenerativas, como demência, Alzheimer, Parkinson e Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).
O projeto faz parte de uma iniciativa inédita que busca mapear e interpretar a proteômica cerebral de indivíduos ao longo do envelhecimento, criando bancos de dados que ajudam pesquisadores a entender como proteínas se comportam antes e durante a manifestação dessas doenças. O objetivo é claro: acelerar a descoberta de biomarcadores — sinais biológicos detectáveis precocemente — e desenvolver medicamentos personalizados.
Segundo os cientistas envolvidos, os métodos usados anteriormente, como sequenciamento genético isolado, forneciam apenas parte da equação. A proteômica — estudo das proteínas expressas pelos genes — revela o que de fato está sendo ativado ou silenciado no cérebro.
“Com esse mapeamento proteômico, estamos criando um dicionário de alterações moleculares que precedem a neurodegeneração”, afirma um dos coordenadores do consórcio.
Além disso, o projeto pretende unir os dados de várias regiões do mundo, respeitando contextos genéticos e ambientais distintos, algo essencial para uma medicina verdadeiramente personalizada. Os dados abertos permitirão que universidades e laboratórios ao redor do globo acessem e compartilhem descobertas, acelerando o progresso coletivo.
A esperança é que, com essa riqueza de informações, seja possível detectar a demência antes dos sintomas e interromper sua progressão com terapias inovadoras, inclusive em fases iniciais do declínio cognitivo.
Para o público leigo, isso significa que avanços reais em prevenção e tratamento da perda de memória associada ao envelhecimento estão mais próximos do que nunca.
No próximo artigo da TV Saúde, descubra como o estilo de vida pode proteger o cérebro contra a perda de memória — mesmo em famílias com histórico de demência. A ciência explica!