Você já ouviu falar em Esôfago de Barrett? Essa condição muitas vezes negligenciada é um importante fator de risco para o desenvolvimento do câncer de esôfago. Entenda como ela se forma e por que merece atenção.
Muitos já ouviram falar em refluxo ácido, aquele desconforto que sobe do estômago à garganta. Mas poucos sabem que, quando persistente e mal tratado, ele pode causar uma lesão conhecida como Esôfago de Barrett, uma das principais condições precursoras do câncer de esôfago.
O Esôfago de Barrett ocorre quando o revestimento interno do esôfago, que normalmente é composto por células escamosas, é substituído por um tipo de célula semelhante à do intestino. Essa transformação celular, chamada metaplasia intestinal, é uma resposta crônica ao ácido gástrico que sobe do estômago. Ao longo do tempo, esse novo tecido tem maior risco de sofrer mutações e se tornar cancerígeno.
A principal causa é a doença do refluxo gastroesofágico crônico (DRGE).
Pessoas com refluxo frequente por anos estão mais vulneráveis.
Tabagismo, obesidade e dieta rica em alimentos gordurosos ou condimentados aumentam o risco.
O problema é que o Esôfago de Barrett não causa sintomas próprios. Ele está sempre ligado ao refluxo ácido. Os principais sinais incluem:
Azia constante
Regurgitação ácida
Sensação de queimação no peito
Tosse crônica
Rouquidão matinal
O diagnóstico é feito por endoscopia digestiva alta com biópsia.
O exame mostra a mudança de cor e textura do revestimento esofágico, e a biópsia confirma a transformação celular.
O Esôfago de Barrett não tem cura, mas é controlável.
Em casos com displasia (pré-câncer), pode-se realizar procedimentos como ablação por radiofrequência.
A monitorização regular com endoscopia é fundamental para evitar a progressão para o câncer.
Controlar o refluxo com dieta adequada, perda de peso, evitar cigarro e álcool.
Medicamentos inibidores da bomba de prótons (como omeprazol) ajudam a proteger o esôfago.
Realizar check-ups regulares, especialmente se houver histórico de refluxo por mais de 5 anos.
No próximo conteúdo da TV Saúde:
“O Papel do Refluxo Gástrico no Desenvolvimento de Câncer: O Que Você Não Pode Ignorar” — um mergulho nas causas, efeitos e formas de controlar essa condição antes que ela se torne perigosa.