Entenda como o esquema VCD atua no tratamento do mieloma múltiplo, seus benefícios clínicos e o impacto direto na melhora das dores lombares.
O mieloma múltiplo (MM) é um câncer das células plasmáticas que afeta a medula óssea e provoca danos sérios aos ossos, rins e sistema imunológico. Entre os sintomas mais incapacitantes estão as dores lombares, resultado de fraturas e lesões líticas que acometem a coluna.
Um dos protocolos mais utilizados atualmente para o tratamento inicial é o VCD, que combina três medicamentos potentes:
Bortezomib – inibidor do proteassoma, induz a morte seletiva das células do mieloma e reduz a atividade dos osteoclastos, responsáveis pela destruição óssea.
Ciclofosfamida – quimioterápico alquilante que atinge células em divisão, ajudando a diminuir a massa tumoral.
Dexametasona – corticoide com forte efeito anti-inflamatório e analgésico, que proporciona alívio imediato da dor e contribui para a morte celular tumoral.
O esquema oferece uma série de vantagens no controle da doença e dos sintomas:
Redução rápida da carga tumoral, preparando o paciente para transplante de medula quando indicado.
Melhora da anemia e da função renal, frequentemente comprometidas pelo mieloma.
Controle da dor óssea, especialmente lombar, por reduzir tanto a progressão das lesões quanto a inflamação associada.
Proteção indireta dos ossos, pela diminuição da atividade tumoral sobre o metabolismo ósseo.
A dor lombar é um dos sinais mais comuns e debilitantes no mieloma múltiplo. O protocolo VCD atua de forma eficaz neste contexto:
A dexametasona reduz a inflamação e proporciona alívio imediato.
O bortezomib controla a destruição óssea e contribui para a estabilização da coluna.
A ciclofosfamida, ao reduzir a carga tumoral, evita a progressão das lesões.
Esse efeito conjunto resulta em melhora significativa da qualidade de vida, embora o manejo completo da dor requeira medidas adicionais, como uso de analgésicos, fisioterapia, radioterapia localizada e medicamentos para proteção óssea, como bisfosfonatos ou denosumabe.
Apesar da eficácia, o VCD pode causar efeitos colaterais:
Neuropatia periférica, principalmente com bortezomib.
Queda de células sanguíneas (anemia, leucopenia, plaquetopenia).
Imunossupressão e risco de infecção.
Alterações causadas pela dexametasona, como insônia, retenção de líquidos e aumento da glicemia.
No próximo artigo: “Bisfosfonatos e Denosumabe: Como os Protetores Ósseos Reforçam o Tratamento do Mieloma Múltiplo” — entenda como esses medicamentos atuam diretamente no metabolismo ósseo, reduzindo fraturas e dores.