Por trás das promessas de “segurança alimentar”, a indústria esconde compostos químicos que preservam os produtos — e podem comprometer a saúde a longo prazo.
Eles estão em quase tudo que comemos: pães de forma, molhos prontos, sucos de caixinha, embutidos, enlatados e até produtos light e diet.
Os conservantes artificiais, que prometem segurança e praticidade, são o segredo da “vida longa” dos alimentos ultraprocessados — mas também o elo silencioso entre conveniência e doença.
Esses compostos têm a função de inibir o crescimento de fungos e bactérias, retardar a oxidação e preservar a textura e a cor dos produtos.
O problema é que muitos deles não são inofensivos para o corpo humano.
“O mesmo composto que impede um pão de embolorar por 30 dias é capaz de alterar o equilíbrio das bactérias intestinais em poucas horas”, explica a pesquisadora Lúcia Mendes, especialista em toxicologia alimentar da Universidade Federal de Minas Gerais.
Entre os conservantes mais usados estão:
Benzoato de sódio (E211) — comum em refrigerantes e molhos prontos; pode formar benzeno, uma substância cancerígena, quando combinado com vitamina C.
Nitrito e nitrato de sódio (E249, E250, E251, E252) — utilizados em carnes processadas; associados ao aumento do risco de câncer intestinal.
Butil-hidroxitolueno (BHT) e butil-hidroxianisol (BHA) — antioxidantes usados em cereais e biscoitos; estudos indicam potencial disruptor endócrino e risco hepático.
Propionato de cálcio (E282) — utilizado em pães; relacionado a alterações de humor e irritabilidade em estudos com crianças sensíveis.
A indústria alimentícia defende o uso desses aditivos afirmando que “as doses são seguras dentro dos limites estabelecidos”. No entanto, os cientistas alertam que a exposição constante e cumulativa é o verdadeiro risco.
“Ninguém consome apenas um produto com conservantes. O problema está na soma diária de pequenas doses vindas de várias fontes diferentes”, afirma Eduardo Nilsson, pesquisador da Universidade de São Paulo.
Enquanto as empresas garantem que os produtos são “seguros”, o corpo humano não foi projetado para lidar diariamente com substâncias químicas artificiais.
Esses compostos não nutrem, não fortalecem e, em muitos casos, sobrecarregam o fígado e o sistema imunológico.
O resultado é uma geração que vive mais, mas adoece mais cedo, com doenças inflamatórias, metabólicas e até neurológicas ligadas ao consumo de alimentos ultraprocessados.
No próximo conteúdo da TV Saúde:
“O Que Acontece no Seu Corpo Quando Você Para de Comer Ultraprocessados.”
Veja como o corpo reage nos primeiros dias sem corantes, conservantes e aditivos — e os benefícios que começam a surgir em menos de uma semana.