Uma única refeição ultraprocessada pode destruir semanas de alimentação saudável, alerta estudo da Nature

Mesmo pequenas “escapadas” com ultraprocessados podem desestabilizar a microbiota intestinal e anular os benefícios de uma dieta saudável, segundo nova pesquisa publicada na Nature Communications e destacada pela DW.

Quando adotamos uma alimentação verdadeiramente saudável — baseada em alimentos integrais, vegetais frescos, grãos, sementes e água limpa — o corpo passa a operar em um estado de equilíbrio chamado homeostase metabólica. Esse equilíbrio é mantido por trilhões de microrganismos que habitam o intestino e formam o que chamamos de microbiota intestinal.

Mas segundo um novo estudo publicado na revista Nature Communications, e divulgado pela emissora alemã DW, basta uma única refeição ultraprocessada para interromper esse equilíbrio. Os cientistas demonstraram que, mesmo após semanas de alimentação saudável, a ingestão de alimentos ricos em conservantes, gorduras artificiais e açúcares refinados pode gerar uma resposta inflamatória imediata, alterando profundamente a composição da microbiota.

Essa desregulação pode ocorrer em menos de 24 horas, reduzindo a produção de enzimas digestivas, alterando a absorção de nutrientes e comprometendo a produção de neurotransmissores como serotonina e dopamina — responsáveis pela sensação de bem-estar.

“Os ultraprocessados criam um colapso microbiano e inflamatório que desestabiliza todo o sistema digestivo e imunológico”, destaca o artigo científico.

O efeito é comparável a “derrubar uma torre construída com paciência”: semanas de alimentação equilibrada são neutralizadas por uma única exposição a compostos químicos que o corpo não reconhece como alimento.

Além de favorecer o ganho de peso e a resistência à insulina, essa ruptura também impacta o humor e o sono. É por isso que especialistas em nutrição macrobiótica reforçam: “alimentação saudável não se trata de restrição, mas de coerência metabólica.”

A conclusão do estudo é clara — a constância vence a moderação. O corpo humano não reage bem a “escapadas ocasionais” quando o assunto é comida industrializada, pois não há adaptação possível a substâncias que inflamam o organismo.

Manter o equilíbrio exige consciência e propósito. Afinal, como lembram os autores da pesquisa: “O intestino é o cérebro invisível do corpo — e sua saúde é o reflexo das escolhas diárias.”

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