O Mar de Plástico: 170 Trilhões de Fragmentos à Deriva

Publicado por: Feed News
25/10/2025 09:00:00
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Oceano sufocado: bilhões de microplásticos à deriva ameaçam ecossistemas e a saúde humana./ Ideia
Oceano sufocado: bilhões de microplásticos à deriva ameaçam ecossistemas e a saúde humana./ Ideia

Mesmo que o mundo pare agora de produzir plástico, os oceanos levarão mais de um século para se recuperar.

 

A poluição dos oceanos atingiu níveis nunca antes imaginados. Segundo um relatório da Queen Mary University de Londres, publicado na revista The Royal Society, cerca de 170 trilhões de fragmentos de plástico flutuam atualmente à superfície dos mares do planeta — uma quantidade quase impossível de compreender.

 

Os pesquisadores alertam que, mesmo que a humanidade interrompesse hoje toda a produção de plástico, a recuperação natural levaria mais de cem anos. Isso porque o material não desaparece: ele apenas se fragmenta. As grandes peças se quebram em micro e nanopartículas, cada vez menores, mas persistentes.

 

Esses fragmentos microscópicos já foram encontrados em artérias, cérebros e órgãos genitais de animais, e há indícios preocupantes de que também estejam circulando no corpo humano. “As partículas de plástico foram associadas ao aumento de doenças cardíacas, diabetes e distúrbios intestinais”, alertam os cientistas.

 

A doutora Nan Wu, coautora do estudo, explica:

“Muitas pessoas pensam que o plástico no oceano simplesmente afunda ou desaparece. Mas o nosso modelo mostra que ele se fragmenta lentamente, permanecendo ativo à superfície por décadas.”

Já a professora Kate Spencer reforça que a poluição gerada é um legado duradouro:

“Mesmo que parássemos de produzir plástico amanhã, os nossos netos ainda teriam de lidar com os efeitos das nossas ações.”

 

Estima-se que 94% de todo o plástico acabe no fundo do mar, onde permanece praticamente intacto por séculos. Os cientistas temem que essa massa acumulada possa alterar a circulação natural dos oceanos, interferindo na distribuição de calor e nutrientes em escala global.

 

Enquanto isso, surgem soluções promissoras: pesquisadores da Universidade de Rice, nos EUA, conseguiram modificar geneticamente bactérias capazes de decompor plásticos do tipo PET — um avanço que, se escalado, pode representar uma virada de esperança no combate à poluição global.

 

Mas o alerta continua: o tempo está contra nós. Cada garrafa descartada, cada saco esquecido, soma-se a uma conta ambiental que nossos descendentes ainda tentarão pagar.

 

Convite para o próximo artigo:

No próximo conteúdo da TV Saúde: “Os Plásticos Invisíveis no Corpo Humano — A Nova Epidemia Silenciosa.”
Descubra como as micropartículas de plástico estão entrando na corrente sanguínea e o que a ciência já sabe sobre seus impactos na saúde humana.

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