Enxaqueca — Quando a dor de cabeça é apenas o começo

Mais que uma simples dor, a enxaqueca é uma desordem neurológica que revela a sensibilidade do cérebro diante de fatores ambientais, hormonais e emocionais.

O Serviço Nacional de Saúde da Grã-Bretanha (NHS) lembra que a enxaqueca não é apenas uma dor de cabeça. Trata-se de uma condição neurológica complexa que envolve alterações químicas e elétricas no cérebro, muitas vezes acompanhadas de náuseas, tontura, distúrbios visuais e dor latejante em apenas um lado da cabeça.

Os médicos classificam as dores de cabeça em três tipos principais:

• Tensional: provocada por estresse e tensão muscular, é a mais comum e causa sensação de aperto.

• Enxaqueca: dor latejante, geralmente unilateral, que pode durar de horas a dias.

• Histamínica: mais rara, é súbita e intensa, surgindo e desaparecendo sem motivo aparente.

Pesquisas recentes indicam que mudanças climáticas e até tempestades eletromagnéticas naturais podem desencadear crises de enxaqueca. O fenômeno ocorre porque as ondas eletromagnéticas alteram o equilíbrio elétrico do cérebro, interferindo na liberação de neurotransmissores como a serotonina — substância ligada à dor e ao humor.

Os especialistas recomendam manter um diário dos sintomas, registrando data, intensidade da dor, possíveis gatilhos (como falta de sono, certos alimentos, estresse, ciclo menstrual, tempo ou luminosidade) e resposta aos medicamentos. Esse hábito simples ajuda o médico a identificar padrões e definir o tratamento mais eficaz.

Outro dado impressionante vem de estudos sobre o efeito placebo: até 40% dos pacientes relatam melhora significativa após tomar comprimidos sem princípio ativo. Isso mostra como o cérebro tem poder sobre a percepção da dor — e como fatores psicológicos, como ansiedade e expectativa, podem influenciar crises.

Os neurologistas também alertam que dores de cabeça frequentes estão associadas a maior risco de acidente vascular cerebral (AVC) e doenças cardiovasculares, especialmente em fumantes e mulheres que usam anticoncepcionais orais. Por isso, ignorar as crises e se automedicar é um erro comum que pode trazer consequências graves.

A boa notícia é que as enxaquecas são tratáveis e controláveis, desde que haja acompanhamento médico. Novas terapias combinam medicamentos preventivos, mudanças de estilo de vida, controle de estresse e tecnologias digitais que monitoram os gatilhos da dor em tempo real.

Convite para o próximo artigo:

No próximo episódio da série “Enxaqueca — A Dor Invisível”:
“Os Gatilhos Invisíveis: quando o clima, a luz e as emoções despertam a dor.”
Você vai descobrir como tempestades, hormônios, ruídos e até cheiros podem transformar o cérebro em um campo elétrico de dor.