Saber em qual estágio o câncer testicular se encontra e que tipo de célula está envolvido é essencial para definir o tratamento e as chances de cura.
O câncer testicular é classificado em estágios, de acordo com o quanto o tumor cresceu e se espalhou.
Entender esses estágios ajuda médicos e pacientes a planejar o tratamento com precisão.
Estágio 0: As células anormais estão apenas dentro dos túbulos seminíferos — ainda não formaram um tumor invasivo. É o chamado carcinoma in situ, uma espécie de “alerta inicial”.
Estágio 1: O tumor já se formou dentro do testículo, mas ainda não atingiu os gânglios linfáticos nem outras partes do corpo.
Estágio 2: O câncer se espalhou para os linfonodos próximos (geralmente na região abdominal), exigindo tratamento mais intensivo.
Estágio 3: É o estágio mais avançado, quando há metástases — ou seja, o câncer chegou a órgãos distantes, como pulmões ou cérebro.
Mesmo nos estágios mais graves, os avanços da oncologia têm permitido elevadas taxas de cura, especialmente em pacientes que seguem corretamente o plano terapêutico.
A maioria dos tumores testiculares tem origem nas células germinativas, que são as células responsáveis por produzir os espermatozoides.
Esses tumores se dividem em duas grandes categorias: seminomas e não-seminomas.
São tumores que crescem de forma mais lenta e respondem bem à radioterapia.
Aparecem com mais frequência entre os 25 e 45 anos e são divididos em dois subtipos:
Seminoma clássico: o mais comum, representa cerca de 90% dos casos.
Seminoma espermatocítico: mais raro e geralmente encontrado em homens acima dos 60 anos.
Têm crescimento mais rápido e, geralmente, atingem homens entre 15 e 35 anos.
Incluem quatro tipos principais de células:
Carcinoma embrionário: de comportamento agressivo, com tendência a se espalhar rapidamente.
Carcinoma do saco vitelino: mais frequente em crianças pequenas, raro em adultos.
Coriocarcinoma: tipo raro e muito agressivo, pode se espalhar para pulmões e cérebro.
Teratoma: pode conter diferentes tipos de tecidos e variar de benigno a maligno.
Em muitos casos, o tumor apresenta uma combinação de diferentes tipos de células, exigindo tratamento personalizado.
Além dos tumores de células germinativas, existem os chamados tumores estromais, que surgem nas células produtoras de hormônios:
Tumor de células de Leydig: geralmente benigno, mas pode causar alterações hormonais.
Tumor de células de Sertoli: também raro e, na maioria das vezes, não canceroso.
Esses tipos respondem por menos de 5% dos casos em adultos.
Para definir o estágio e o tipo exato do câncer, o médico pode solicitar ultrassom testicular, tomografia, ressonância magnética e exames de sangue que identificam marcadores tumorais, como HCG, AFP e LDH.
Esses marcadores funcionam como “assinaturas químicas” que revelam o comportamento do tumor.
Com base nesses resultados, a equipe médica estabelece um plano de tratamento individualizado, que pode envolver cirurgia, radioterapia ou quimioterapia — dependendo da gravidade e do tipo celular envolvido.
O câncer testicular não é uma sentença de fim — é um desafio que pode ser superado com informação e ação rápida.
Conhecer os tipos e estágios da doença é a chave para entender o diagnóstico, enfrentar o tratamento com confiança e alcançar a cura.
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