Líquen Escleroso Vulvar: A doença silenciosa que pode causar dor, vergonha e até câncer

Publicado por: Feed News
04/08/2025 10:25:53
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O líquen escleroso pode afetar a vulva silenciosamente por anos, causando dor e alterações anatômicas. Muitas mulheres sofrem caladas por falta de diagnóstico correto./Ilustração Cortesia Editorial Ideia
O líquen escleroso pode afetar a vulva silenciosamente por anos, causando dor e alterações anatômicas. Muitas mulheres sofrem caladas por falta de diagnóstico correto./Ilustração Cortesia Editorial Ideia

Doença de pele afeta a região íntima feminina, causa dor intensa e pode ser confundida com infecções comuns. Muitas mulheres convivem com ela por décadas sem diagnóstico.

 

"Eu dava desculpas ao meu marido para evitar sexo... mas era a dor que falava por mim". O desabafo é de Clare Baumhauer, inglesa de 52 anos, que só recebeu o diagnóstico correto de líquen escleroso vulvar aos 43 — depois de uma vida inteira convivendo com coceira intensa, feridas e dor ao urinar, andar ou ter relações sexuais. a BBC Ecreveu sobre isso AQUI.

Essa condição, ainda pouco conhecida até mesmo entre médicos, é uma doença de pele que pode afetar gravemente a vulva. Embora não seja contagiosa nem causada por falta de higiene, o líquen escleroso pode causar fusão dos pequenos lábios, retração do clitóris e tornar o sexo extremamente doloroso.

 

Assim como Clare, muitas mulheres são tratadas durante anos como se tivessem infecções fúngicas ou urinárias, sem sucesso. Outras nunca se queixam por vergonha — e algumas sequer sabem que algo está errado.

 

Uma realidade global

A indiana Meenakshi Choksi, hoje com 85 anos, também viveu o drama do diagnóstico tardio. Foram 24 anos até que um dermatologista finalmente identificasse o líquen escleroso e iniciasse o tratamento que transformou sua qualidade de vida.

No Brasil, casos como o de "Lúcia", de 50 anos, são igualmente frequentes. Ela foi diagnosticada por acaso por uma amiga dermatologista. Seu ginecologista, que a atendia há décadas, nunca desconfiou de nada. “Ele ficou envergonhado ao saber”, conta.

O problema, segundo especialistas, é a falta de preparo. Um estudo britânico revelou que 38% dos médicos nunca receberam treinamento específico sobre doenças da vulva. Além disso, não existem critérios diagnósticos objetivos para a condição — o que aumenta as chances de erro.

 

Impactos físicos e emocionais

Além das lesões físicas, o líquen escleroso carrega um impacto emocional devastador. Muitas mulheres se calam por vergonha de falar sobre a própria vulva, um tabu ainda forte mesmo em tempos de informação abundante.

“Há dor, há mudanças visíveis, mas também há culpa, medo e silêncio”, diz Clare, que hoje lidera um grupo online com mais de 13 mil mulheres diagnosticadas.

 

Riscos e tratamento

Embora não tenha cura, a doença pode ser controlada com pomadas à base de corticoide. Quando não tratada, pode evoluir para câncer de vulva em alguns casos — ainda que a maioria dos médicos considere esse risco baixo.

O mais importante, segundo especialistas, é romper o silêncio. Clare e Meenakshi fazem um apelo comum: não ignore os sintomas, procure ajuda médica, insista em ser ouvida.

 

[TABELA: PRINCIPAIS SINTOMAS DO LÍQUEN ESCLEROSO VULVAR]

Sintoma Descrição
Coceira intensa e frequente Principal queixa; pode surgir ainda na infância
Dor durante o sexo (dispareunia) Queimação ou dor forte durante a relação
Fissuras, bolhas ou sangramentos Lesões que dificultam andar, urinar ou evacuar
Alterações anatômicas da vulva Fusão dos pequenos lábios, encolhimento ou rigidez da pele
Pele branca, fina ou enrugada Aspecto semelhante a “papel de cigarro”
Sensibilidade pós-sexo Região fica inflamada ou dolorida após a relação
Desconforto crônico sem explicação Diagnósticos errados comuns: candidíase, cistite ou alergias

 

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