Onde a Medicina Abraça a Morte com Amor: O SUS Que Cuida Até o Fim

Publicado por: Feed News
30/06/2025 16:44:02
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Ilustração Cortesia Editorial Ideia
Ilustração Cortesia Editorial Ideia

Primeiro hospital público de cuidados paliativos do Brasil, o Mont Serrat transforma o fim da vida em um gesto de escuta, alívio e acolhimento — uma revolução silenciosa no coração do SUS.

 

No alto de Monte Serrat, em Salvador, onde o mar encontra o céu, nasceu uma proposta inédita no Brasil: o primeiro hospital público voltado exclusivamente para cuidados paliativos, sob gestão das Obras Sociais Irmã Dulce e vinculado ao Governo da Bahia.

Com 70 leitos clínicos, sendo 63 para adultos e 7 pediátricos, o Hospital Mont Serrat – Cuidados Paliativos (HMS) é muito mais que uma unidade hospitalar. É um refúgio de dignidade para quem enfrenta doenças graves, crônicas ou em fase de terminalidade.

 

Onde a vida é acolhida até o fim

Ali, não há UTI, nem sala de reanimação, mas há conversas, escolhas e respeito. Os pacientes recebem cuidados humanizados com foco no alívio da dor, do sofrimento físico e emocional. É também um hospital que oferece acompanhamento às famílias — inclusive com espaços como a Sala da Saudade, para despedidas com dignidade.

“Aqui, o foco é o cuidado, enquanto houver vida”, explica a médica Karoline Apolônia, coordenadora da unidade.

 

Atendimento estruturado, equipe multidisciplinar

Com capacidade de atender mais de 2 mil pacientes por mês, o HMS oferece:

  • Ambulatório e telemedicina
  • Bioimagem e laboratório
  • Unidade de terapia da dor
  • Apoio ao luto
  • Ensino e pesquisa para capacitação de profissionais
  • Interconsultas com especialidades como cardiologia, nefrologia, neurologia, psiquiatria, pneumologia, gastroenterologia, infectologia e nutrologia.

 

Histórias que emocionam

A BBC News Brasil narrou histórias tocantes no hospital — como a de Ayrton, ex-maratonista de 90 anos, que ao chegar ao hospital redescobriu o bairro da juventude e voltou a sorrir.

Ou a de Dona Maria, que só pediu água no dia do aniversário. Com a filha ao lado, tomou a bebida aos poucos, rodeada de enfermeiras — e partiu 15 dias depois.

“Ela não teve dor. E isso me conforta”, disse a filha.

Uma tendência necessária

Segundo o IBGE, em 2070 cerca de 40% da população brasileira será idosa. Karoline alerta:

“Se não nos organizarmos como sistema, não conseguiremos cuidar dessas pessoas que estão envelhecendo.”

O Mont Serrat mostra que é possível fazer diferente — e melhor — dentro do SUS.
Que vida e morte podem coexistir com beleza, presença e respeito.

 

Crédito da reportagem adicional:
BBC News Brasil

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