IA Revoluciona a Prevenção de Infartos: Novo Sistema Identifica Risco com 10 Anos de Antecedência

Publicado por: Feed News
27/04/2025 12:01:03
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Ilustração Cortesia Editorial Ideia
Ilustração Cortesia Editorial Ideia

Tecnologia baseada em IA detecta inflamações invisíveis no coração e prevê risco de infarto com uma década de antecedência. Projeto-piloto no Reino Unido pode se tornar padrão global de prevenção.


Um avanço silencioso, mas monumental, está prestes a transformar a cardiologia mundial. A inteligência artificial, agora integrada à rotina de hospitais no Reino Unido, demonstrou capacidade inédita de prever o risco de infarto com até 10 anos de antecedência, analisando algo que até hoje escapava aos olhos humanos: a inflamação invisível nas artérias coronárias.

O sistema, desenvolvido pela Caristo Diagnostics, startup de origem acadêmica ligada à Universidade de Oxford, foi testado com sucesso em milhares de pacientes em cinco hospitais britânicos. Apoiado pelo NHS (Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido), o projeto utiliza a plataforma CaRi-Heart AI, que analisa tomografias computadorizadas de rotina com precisão impressionante.

 

Segundo os pesquisadores, a IA identifica sinais biológicos invisíveis nas imagens médicas convencionais, como inflamação silenciosa nas artérias — um dos principais precursores de infartos fatais.

“O que temos nas mãos é uma tecnologia transformadora, que rompe com o modelo tradicional de diagnóstico e entra numa era de previsão ativa e personalizada das doenças cardíacas”, afirma o professor Keith Channon, da Universidade de Oxford.

 

Números que impressionam e salvam vidas

Os dados coletados até agora indicam que pessoas com sinais de inflamação nas artérias têm um risco 20 a 30 vezes maior de sofrer eventos cardíacos nos próximos 10 anos. Com a IA identificando esses casos precocemente, 45% dos pacientes avaliados passaram a receber medicamentos adequados ou mudaram o estilo de vida — muitos sem sequer apresentar obstruções visíveis nas artérias.

Um dos exemplos emblemáticos é o de Ian Picard, 58 anos, que participou do projeto-piloto após sentir dor torácica leve. A IA detectou um risco elevado de infarto. Ian passou a tomar estatinas, parou de fumar e incluiu exercícios em sua rotina. “Ver aquilo no papel me acordou para a gravidade da situação”, relatou.

 

Do Reino Unido para o mundo

Além de estar em avaliação para adoção nacional no Reino Unido, o sistema já foi aprovado para uso na Europa e na Austrália, e está sendo considerado para implementação nos Estados Unidos. No Brasil, especialistas acompanham os resultados com atenção.

“A tecnologia anterior era limitada a calculadoras genéricas de risco. Agora, conseguimos enxergar o que antes era invisível — e agir antes que seja tarde demais”, conclui o professor Charalambos Antoniades, líder do estudo Orfan (Oxford Risk Factors and Non-invasive imaging), que avaliou mais de 40 mil pacientes.

A expectativa é que a decisão oficial sobre a integração do CaRi-Heart AI ao protocolo nacional britânico aconteça ainda neste ano de 2025, o que pode abrir caminho para uma revolução global na medicina preventiva.

 

Convite para o próximo artigo:
No próximo artigo da TV Saúde, saiba como a IA também está sendo usada para detectar AVCs silenciosos antes dos primeiros sintomas, e conheça os projetos que podem impedir que milhões sofram com sequelas irreversíveis.

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