Explorando como a inteligência artificial pode auxiliar na resiliência psicológica e onde o contato humano ainda é insubstituível.
A resiliência psicológica é uma habilidade humana crucial, definida como a capacidade de se adaptar a situações difíceis ou adversas. Ela não é um estado fixo, mas sim um processo dinâmico de adaptação às mudanças e dificuldades. A primeira parte do artigo descreve como o ser humano responde a adversidades com estratégias comportamentais, como a capacidade de entender, agir e avaliar as reações em momentos críticos.
O artigo faz uma introdução ao conceito de resiliência psicológica, destacando sua importância na manutenção da saúde mental após eventos traumáticos e adversos. A adaptação envolve a habilidade de enfrentar dificuldades sem perder o contato com si mesmo e o meio ambiente. A chave para a resiliência está na capacidade de analisar o contexto e escolher as melhores estratégias de enfrentamento.
Passos para construir resiliência:
Sensibilidade ao Contexto: Reconhecimento da situação no momento presente.
Escolha de Comportamento: Ação consciente para aliviar a dor ou desconforto.
Feedback: Avaliação da eficácia da estratégia adotada.
Historicamente, a IA tem sido usada para simular a terapia, com programas como o ELIZA, mas a capacidade da IA em reconhecer e responder a emoções é limitada. A psicóloga que contribui para o artigo aponta como a IA pode analisar textos, detectar emoções e até mesmo fazer triagens iniciais, mas sem a profunda conexão emocional que um terapeuta humano pode oferecer.
De acordo com um estudo do analista britânico Mark Zao-Sanders, em 2025, o apoio emocional se tornou o pedido mais popular para IA. As pessoas querem não apenas obter respostas, mas também falar. Isso sugere que, embora a IA esteja se tornando cada vez mais popular para apoio emocional, a profundidade dessa conexão ainda é uma questão a ser debatida.
"A IA pode identificar sinais de crise, mas a falta de empatia verdadeira e compreensão emocional pode ser um obstáculo importante. A IA não pode formar um vínculo genuíno com o paciente, o que é essencial no processo terapêutico."
Um dos principais desafios da IA no campo da psicologia é sua incapacidade de compreender nuances emocionais complexas, como mudanças nas expressões faciais ou na tonalidade da voz. Ela também pode cometer erros ao diagnosticar condições, como transtornos psiquiátricos, baseados em informações limitadas.
"As pessoas se cansam de procurar. Muitos encontraram especialistas antiéticos e incompetentes. Temos uma forte cultura de 'conselhos de amigos', explica a psicóloga de comunidade. E há pouca confiança institucional. E é por isso que o GPT parece mais fácil de falar."
Esse sentimento de frustração e desconfiança em relação a profissionais de saúde, especialmente quando associados à ética e competência, pode levar muitas pessoas a buscar o GPT como uma opção mais conveniente e "sem julgamentos", o que reforça a ideia de que a IA pode ser vista como uma válvula de escape, mas sem a profundidade necessária para um tratamento eficaz.
Maria, uma mulher de 35 anos, foi diagnosticada com ansiedade generalizada e tentou procurar ajuda em várias clínicas, mas teve experiências negativas com profissionais que não estavam atentos às suas queixas ou que pareciam mais interessados em prescrever medicamentos do que em ouvir seus problemas. Frustrada e desconfiada, Maria começou a buscar conselhos online, optando por conversar com chatbots de IA sobre seus sentimentos. Embora ela se sinta ouvida, o apoio oferecido é superficial, e as questões emocionais mais profundas permanecem sem resolução. A IA pode fornecer respostas rápidas, mas não possui a capacidade de reconhecer as emoções de Maria em níveis mais sutis, como a dor emocional de sua situação.
A ideia de um modelo híbrido entre IA e psicoterapeutas humanos é proposta como uma solução promissora. A IA pode atuar como a primeira linha de contato, fazendo a triagem inicial, coletando dados e oferecendo suporte básico. O terapeuta pode, então, intervir para avaliar e formular o tratamento adequado.
"Com o uso de IA, os profissionais de saúde mental poderão aumentar sua produtividade e fornecer atendimento em larga escala, mantendo um acompanhamento regular."
Embora a IA possa fornecer um suporte valioso na triagem e no acompanhamento inicial, a conexão emocional, a empatia e o julgamento clínico são aspectos fundamentais da psicoterapia que não podem ser substituídos por algoritmos. A combinação de IA com a experiência clínica humana oferece um futuro mais acessível e eficaz para o tratamento da saúde mental.
Convite para o próximo artigo da TVSaude.Org: No próximo artigo, exploraremos como os avanços da IA podem transformar o tratamento de doenças mentais graves e como os profissionais de saúde estão reagindo a essa revolução digital.