Roer Unhas Até Sangrar: Um Sinal de que Algo Vai Mal na Mente e no Corpo

Publicado por: Feed News
14/04/2025 10:12:00
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Ilustração Cortesia Editorial Ideia
Ilustração Cortesia Editorial Ideia

Um comportamento muitas vezes ignorado ou banalizado pode ser a ponta do iceberg de distúrbios emocionais, compulsões e impactos graves à saúde física e mental.

 

Durante uma visita recente a um hospital, uma enfermeira compartilhou um relato pessoal que chamou atenção pela sinceridade e pela dor escondida nas entrelinhas. Por muitos anos, ela roía as unhas até fazê-las sangrar. “Era mais forte do que eu”, desabafou. O hábito, aparentemente comum e até culturalmente tolerado, é conhecido como onicofagia, e pode revelar muito mais do que uma simples ansiedade passageira.

 

O que é onicofagia?

A onicofagia é o ato compulsivo de roer as unhas, classificado por especialistas como um transtorno do controle do impulso. Está presente tanto em crianças quanto em adultos e, embora muitos comecem na infância, o comportamento pode persistir por décadas se não for tratado adequadamente.

 

Ansiedade à flor da pele — e das unhas

Roer unhas é, para muitos, uma válvula de escape para emoções mal processadas. Ansiedade, estresse crônico, traumas e até depressão podem estar por trás do comportamento. Em alguns casos, é um dos sintomas do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), exigindo atenção especializada.

O cérebro busca alívio imediato para a tensão interna — e o ato de roer, mesmo que cause dor, gera uma sensação de conforto momentâneo. O problema é que a prática se repete e não resolve a origem emocional do sofrimento.

 

Quando a saúde física também sofre

Os prejuízos causados pela onicofagia não se restringem à aparência das mãos. O contato constante com a boca pode causar:

  • Infecções bacterianas e fúngicas nas unhas e na região periungueal

  • Danos permanentes ao formato das unhas, que podem crescer tortas ou deformadas

  • Machucados e sangramentos constantes, facilitando a entrada de agentes infecciosos

  • Problemas dentários, como desgastes e desalinhamentos

  • Baixa autoestima e vergonha de exibir as mãos

Em casos graves, como o relatado pela enfermeira, a onicofagia pode exigir tratamento multidisciplinar, envolvendo psicólogos, psiquiatras e dermatologistas.

 

Existe tratamento?

Sim. A primeira etapa é reconhecer que o hábito não é inofensivo. A partir daí, várias abordagens são possíveis:

  • Psicoterapia: especialmente com foco em ansiedade, TOC e regulação emocional

  • Técnicas de substituição de comportamento, como uso de bolas de antistresse ou elásticos no pulso

  • Aplicação de esmaltes com gosto amargo, como recurso aversivo

  • Tratamento medicamentoso, nos casos mais severos, sempre com prescrição médica

Além disso, grupos de apoio e terapias alternativas como mindfulness, meditação e acupuntura também podem ajudar a reduzir os gatilhos emocionais.

 

A importância do olhar acolhedor

Relatos como o da enfermeira são um convite à empatia. Muitas vezes, as pessoas que roem as unhas são vítimas de julgamentos e piadas, quando o correto seria oferecer apoio e incentivo à busca por ajuda.

Tratar a onicofagia como um sintoma — e não como um defeito — é o primeiro passo para quebrar o ciclo da compulsão e da dor escondida.

 

No próximo artigo, vamos explorar outro hábito silencioso que pode afetar gravemente a saúde: a tricotilomania, o ato compulsivo de arrancar os próprios cabelos — uma compulsão que, assim como roer unhas, clama por acolhimento e tratamento.

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