Indústria do Ensino da Medicina? Apenas 6 Cursos no Brasil Alcançam Nota Máxima, Segundo MEC

Publicado por: Feed News
15/04/2025 10:27:46
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Ilustração Cortesia Editorial Ideia
Ilustração Cortesia Editorial Ideia

Avaliação do ENADE revela que o ensino médico no Brasil enfrenta uma crise silenciosa: apenas 6 dos 309 cursos avaliados obtiveram nota máxima.

O crescimento desordenado expõe riscos à saúde da população.

 

Um dado alarmante divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) reacendeu o debate sobre a qualidade dos cursos de Medicina no Brasil. De acordo com os indicadores de qualidade da educação superior recém-lançados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), apenas 6 dos 309 cursos de Medicina avaliados pelo Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) em 2023 atingiram a nota máxima (5). O resultado coloca em evidência uma questão delicada: o ensino médico no país pode estar sendo comprometido por uma expansão massiva, porém rasa.

A escala de avaliação do ENADE vai de 1 a 5, sendo que as notas 1 e 2 são consideradas insatisfatórias, 3 representa desempenho regular e apenas 4 e 5 são tidas como satisfatórias. Dos cursos avaliados, 73 obtiveram notas 1 ou 2. Isso representa quase um quarto do total com desempenho abaixo do aceitável.

 

A situação preocupa não apenas pelas estatísticas, mas pelo que elas refletem: a formação de profissionais que irão lidar diretamente com vidas humanas, muitas vezes sem a base teórica, prática e ética adequadas. A proliferação de faculdades privadas de Medicina — muitas criadas em regiões onde faltam hospitais-escola ou estrutura mínima para o ensino clínico — revela um cenário onde o ensino virou um negócio lucrativo, e não um compromisso com a saúde pública.

Essa “indústria da medicina” resulta na formação de médicos inseguros, tecnicamente despreparados e alheios à realidade prática. Em um país que ainda enfrenta desigualdades profundas no acesso à saúde, essa realidade pode custar caro para a população, especialmente a mais vulnerável, que depende do SUS para atendimento.

 

Outro ponto crítico é a carência de avaliação contínua e rigorosa dos cursos já existentes. Autorizações para novos cursos continuam sendo concedidas sem que haja, de fato, um controle eficiente da qualidade. Isso leva a um ciclo de baixa exigência e alta rentabilidade para grupos educacionais, ao passo que os estudantes — e a sociedade — pagam a conta.

É urgente que as autoridades, instituições de ensino e conselhos médicos reflitam sobre os impactos dessa formação deficitária. Não se trata apenas de estatísticas do ENADE. Trata-se de confiança, competência e, acima de tudo, vidas.

Acesse a notícia completa do MEC:
Indicadores de Qualidade da Educação Superior – MEC

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