Ele Consegue Invadir o Cérebro? A Ciência Revela 5 Formas de Ação dos Microplásticos no Sistema Nervoso

Publicado por: Feed News
13/12/2025 14:27:09
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Os estudos mais recentes revelam que microplásticos não apenas chegam ao cérebro humano — eles podem interferir em processos essenciais e favorecer doenças como Alzheimer e Parkinson.

 

Cientistas já haviam confirmado a presença de microplásticos no corpo humano, incluindo na circulação e no pulmão. Agora, evidências recentes mostram que essas partículas também conseguem atingir o cérebro — e que sua presença pode estar relacionada ao desenvolvimento e ao agravamento de doenças neurodegenerativas.

 

Essa conclusão vem de uma ampla revisão científica publicada na revista Molecular and Cellular Biochemistry, realizada por uma equipe internacional de pesquisadores. Segundo o levantamento, há cinco mecanismos principais pelos quais os microplásticos podem prejudicar o sistema nervoso central.

 

1. Ativação exagerada das células imunológicas — inflamação no cérebro

O cérebro possui sua própria “polícia imunológica”: a micróglia. Quando microplásticos entram em contato com essas células, elas passam a atacar o material desconhecido, desencadeando um processo inflamatório que danifica tecidos e neurônios próximos.

 

2. Aumento do estresse oxidativo — ataque de radicais livres

Os microplásticos elevam significativamente a produção de espécies reativas de oxigênio, ao mesmo tempo em que enfraquecem os sistemas antioxidantes naturais do corpo. Quando esse equilíbrio se rompe, proteínas, lipídios e membranas celulares passam a sofrer danos contínuos.

 

3. Comprometimento da barreira hematoencefálica

A barreira hematoencefálica é o “filtro” que protege o cérebro contra toxinas.
Segundo o pesquisador Kamal Dua, da Universidade de Tecnologia de Sydney, os microplásticos enfraquecem essa barreira, tornando-a permeável. Isso permite a entrada de substâncias nocivas antes bloqueadas e intensifica a inflamação cerebral.

 

4. Disfunção das mitocôndrias — falha na produção de energia para o cérebro

As mitocôndrias são responsáveis por produzir ATP, o combustível das células.
De acordo com os estudos, microplásticos comprometem essa produção energética, reduzindo a capacidade funcional dos neurônios. Células sem energia suficiente tornam-se frágeis, lentas e mais suscetíveis à morte.

 

5. Danos diretos aos neurônios

Além de desencadear processos indiretos, partículas plásticas podem interagir diretamente com as células nervosas, provocando alterações estruturais e funcionais que comprometem a transmissão dos impulsos elétricos.

 

Ligações com Alzheimer e Parkinson

A revisão também analisou como os microplásticos podem influenciar doenças específicas:

  • No Alzheimer, eles parecem favorecer o acúmulo de beta-amiloide e de tau fosforilada — proteínas características da doença.

  • No Parkinson, podem desencadear acúmulo anormal de alfa-sinucleína e lesões em neurônios dopaminérgicos.

Os cientistas ressaltam que ainda não há uma comprovação definitiva de causa e efeito, mas a soma das evidências indica que os microplásticos podem intensificar processos já envolvidos nessas enfermidades.

 

O que podemos fazer agora?

O pesquisador Keshav Raj Paudel, também da Universidade de Tecnologia de Sydney, recomenda mudanças práticas que reduzem a exposição diária:

  • Evitar utensílios plásticos, especialmente aquecidos.

  • Trocar tábuas de corte de plástico por madeira.

  • Preferir fibras naturais a tecidos sintéticos.

  • Reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados e embalados.

  • Evitar secadoras de roupa, que liberam microfibras no ambiente.

Ele reforça: “Precisamos mudar nossos hábitos e usar menos plástico.”

 

No próximo conteúdo, vamos revelar quais alimentos comuns liberam mais microplásticos no corpo — e como reduzi-los na prática.

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