Linfoma, leucemia e mieloma: o que são os cânceres do sangue e por que podem atingir jovens com a Isabel

Publicado por: Feed News
27/12/2025 22:00:00
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O sistema linfático é parte essencial da imunidade e pode ser o local de origem dos linfomas, inclusive em adolescentes e adultos jovens.
O sistema linfático é parte essencial da imunidade e pode ser o local de origem dos linfomas, inclusive em adolescentes e adultos jovens.

A morte da jovem atleta Isabelle Marciniak reacende a necessidade de esclarecer, com precisão científica, as diferenças entre linfoma de Hodgkin, linfoma não Hodgkin, leucemia e mieloma — doenças que não escolhem idade nem estilo de vida.

 

A morte da ginasta paranaense Isabelle Marciniak, aos 18 anos, vítima de um linfoma de Hodgkin. A ginasta rítmica brasileira reconhecida por sua trajetória vitoriosa no esporte, morreu aos 18 anos nesta quarta-feira (24), véspera de Natal, no Paraná. O fato trouxe visibilidade a um tema frequentemente citado, mas raramente explicado: os chamados cânceres do sangue. Apesar do impacto emocional da notícia, pouco se esclarece ao público sobre o que essas doenças realmente são, como se desenvolvem e por que podem atingir pessoas jovens, saudáveis e atletas.

 

Os três principais cânceres hematológicos são leucemia, linfoma e mieloma múltiplo. Embora relacionados ao sangue e ao sistema imunológico, eles têm origens, comportamentos e tratamentos distintos.

 

A leucemia surge na medula óssea, onde as células do sangue são produzidas. Nela, há uma multiplicação descontrolada de glóbulos brancos anormais, que substituem as células saudáveis, comprometendo a imunidade, a oxigenação e a coagulação. É um tipo de câncer relativamente comum em crianças, adolescentes e adultos jovens, especialmente nas formas agudas. O tratamento envolve quimioterapia, terapias-alvo, imunoterapia e, em alguns casos, transplante de medula óssea.

 

O linfoma, por sua vez, tem origem no sistema linfático, uma rede fundamental para a defesa do organismo, composta por gânglios linfáticos, baço, timo e vasos linfáticos. Ele se divide em dois grandes grupos: linfoma de Hodgkin (LH) e linfoma não Hodgkin (LNH).

 

O linfoma de Hodgkin, diagnosticado em Isabelle, é caracterizado pela presença da célula de Reed-Sternberg e apresenta um padrão de evolução mais previsível. Ele afeta com maior frequência adolescentes e adultos jovens e está entre os cânceres com maiores taxas de cura, especialmente quando identificado precocemente. Os sintomas incluem ínguas indolores, febre persistente, suor noturno, perda de peso e fadiga intensa. O tratamento baseia-se principalmente em quimioterapia, com ou sem radioterapia.

 

Já o linfoma não Hodgkin representa um grupo amplo, com mais de 60 subtipos diferentes. Pode ter comportamento indolente, evoluindo lentamente ao longo de anos, ou agressivo, exigindo tratamento imediato. É mais comum em adultos e idosos, mas também pode acometer jovens. O tratamento varia conforme o subtipo e pode incluir quimioterapia, imunoterapia, terapias-alvo e transplante de medula óssea.

 

O mieloma múltiplo também se origina na medula óssea, a partir dos plasmócitos, células responsáveis pela produção de anticorpos. Ele afeta principalmente pessoas acima dos 60 anos e é raro em jovens. Provoca dor óssea, fraturas, anemia, infecções recorrentes e comprometimento renal. O tratamento envolve terapias modernas e transplante autólogo em casos selecionados.

 

Um ponto essencial, do ponto de vista médico e psicológico, é compreender que esses cânceres não estão diretamente ligados a hábitos de vida, alimentação ou nível de atividade física. Em muitos casos, surgem por alterações genéticas espontâneas, falhas na divisão celular ou fatores imunológicos ainda não totalmente compreendidos. No linfoma de Hodgkin, há inclusive um pico de incidência justamente na juventude.

 

A informação correta é uma ferramenta de saúde pública. Reconhecer sintomas persistentes, buscar avaliação médica e combater a desinformação são atitudes que salvam vidas — e também ajudam a elaborar, de forma mais consciente, o impacto emocional de perdas precoces como a de Isabelle.

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