Novo estudo mostra que a simples prática de caminhar pode reduzir o acúmulo de proteínas tóxicas no cérebro e retardar o avanço da doença de Alzheimer.
Caminhar é uma das formas mais simples e acessíveis de cuidar da saúde — e agora, a ciência mostra que ela também pode ajudar a proteger o cérebro contra a doença de Alzheimer.
Um estudo conduzido por pesquisadores do AdventHealth Research Institute, liderado por Kirk Erickson, presidente do Departamento de Neurociência, revelou que a atividade física moderada, como caminhar entre 3.000 e 7.500 passos por dia, está associada a uma redução significativa do declínio cognitivo em adultos mais velhos com risco aumentado para Alzheimer.
Segundo os cientistas, o exercício influencia diretamente proteínas cerebrais envolvidas no desenvolvimento da doença, como a proteína tau, cuja formação de emaranhados é um dos principais marcadores do Alzheimer.
Os resultados mostraram que o número de passos diários não afetou os níveis de amilóide, mas teve forte correlação com a quantidade de emaranhados de proteína tau e com a preservação da função cognitiva ao longo dos anos.
Entre os participantes com altos níveis de amilóide, aqueles que levavam uma vida mais sedentária apresentaram maior acúmulo de tau e declínio cognitivo acelerado após nove anos. Já os que caminhavam entre 3.001 e 5.000 passos por dia tiveram menor acúmulo de proteínas tóxicas e melhor desempenho mental.
O benefício máximo, segundo o estudo, foi observado entre aqueles que mantinham entre 5.000 e 7.500 passos diários. Caminhar além disso não trouxe ganhos adicionais significativos, indicando que a consistência é mais importante do que o excesso.
Os pesquisadores afirmam que a caminhada regular pode se tornar uma estratégia simples e eficaz de prevenção, especialmente para pessoas com histórico familiar ou sinais precoces de comprometimento cognitivo.
O estudo completo foi publicado na revista científica Translational Sports Medicine e está disponível na plataforma ScienceDirect (link aqui).