O que é câncer: conheça hoje o inimigo de amanhã

Publicado por: Feed News
12/11/2025 20:00:00
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Representação microscópica de células em mutação — base biológica da origem do câncer.
Representação microscópica de células em mutação — base biológica da origem do câncer.

Nem todo câncer é igual, e conhecer suas origens pode ser o primeiro passo para vencê-lo.

 

O termo “câncer” costuma gerar medo, mas é importante entender seu real significado. No Brasil, também se usa a expressão “neoplasia maligna”. O câncer não é uma única doença, e sim um conjunto de doenças distintas. Cada tipo tem origem, evolução, tratamento e prognóstico próprios. Por exemplo: um tumor ósseo, um tumor cerebral e a leucemia são três tipos diferentes de câncer, combatidos de formas completamente distintas.

 

Apesar das diferenças, todos os tipos de câncer compartilham uma característica central: o crescimento celular descontrolado.

 

Quando as células passam a se dividir de forma anormal, formam-se tumores que podem comprometer o funcionamento de órgãos vizinhos;

 

Quando essas células se espalham para outras partes do corpo, surgem as metástases — células doentes que substituem tecidos saudáveis e afetam o equilíbrio do organismo.

 

Receber o diagnóstico de câncer não deve ser encarado como uma sentença. O primeiro passo é identificar o tipo exato de tumor, as mutações envolvidas e as opções de tratamento. Há pessoas que vivem muitos anos com câncer, entrando em remissão, tratando eventuais recaídas e mantendo uma vida ativa e plena.

 

Prevenção e fatores de risco

Nas crianças, os casos costumam estar ligados a mutações genéticas hereditárias, o que torna a prevenção limitada. Já entre adultos, menos de 10% dos casos são hereditários. Os demais surgem por mutações adquiridas ao longo da vida, influenciadas por fatores ambientais e hábitos cotidianos.

 

Em países onde a expectativa de vida é mais alta, há naturalmente mais casos de câncer, pois quanto mais tempo as células se dividem, maior é a chance de ocorrerem mutações.

 

Estudos mostram que cerca de um terço dos casos de câncer estão ligados a fatores que podem ser evitados, como:

Tabagismo — responsável por até 85% dos casos de câncer de pulmão;

Ultraprocessados -- Alimentos ínuteis e que contribuem para o crescimento do câncer

Consumo de álcool — mesmo pequenas quantidades podem aumentar o risco de alguns tipos de câncer;

Sobrepeso e sedentarismo — o controle do peso e a prática regular de atividade física reduzem o risco significativamente.

 

Vírus e radiação: prevenção é possível

Alguns tipos de câncer têm origem viral e podem ser evitados com vacinas e diagnóstico precoce:

Hepatite B e C: podem causar câncer de fígado. A vacinação e o tratamento precoce são formas eficazes de prevenção;

Papilomavírus Humano (HPV): está ligado a 95% dos casos de câncer de colo do útero. A vacinação e os exames preventivos (Papanicolau e PCR) são fundamentais;

Radiação ultravioleta: principal causa do melanoma, o câncer de pele mais agressivo. O uso de protetor solar e a limitação da exposição direta ao sol são atitudes preventivas simples e eficazes.

 

Sinais de alerta: quando procurar um médico

Nem todo sintoma é sinal de câncer, mas alguns devem motivar uma consulta imediata:

Cansaço extremo que não melhora com o descanso;

Perda de peso sem explicação;

Febre prolongada ou suor noturno intenso;

Dificuldade para engolir;

Nódulos, caroços ou inchaços;

Tosse persistente ou falta de ar;

Sangramentos ou secreções incomuns;

Mudanças em pintas ou manchas na pele;

Dificuldade de fala ou visão turva;

Anemia persistente — pode indicar sangramentos internos, como no intestino.

 

Por outro lado, o medo exagerado (carcinofobia) e o excesso de exames sem indicação médica também são prejudiciais. O sobrediagnóstico pode levar à remoção de lesões que jamais se tornariam perigosas, gerando ansiedade e gastos desnecessários.

 

Rastreamento e diagnóstico precoce

O Ministério da Saúde recomenda exames periódicos para detectar o câncer em estágios iniciais:

 

Câncer colorretal: teste de sangue oculto nas fezes e, se positivo, colonoscopia;

Câncer de mama: mamografia a partir dos 50 anos;

Câncer de colo do útero: exame de Papanicolau ou teste de HPV a partir dos 30 anos.

 

Esses exames simples salvam vidas todos os dias ao permitir o tratamento antes que o tumor se espalhe.

 

Quando o câncer retorna

Mesmo após o tratamento, a doença pode voltar. Isso ocorre porque algumas células malignas sobrevivem à terapia ou porque o tratamento não foi concluído adequadamente. É fundamental seguir o acompanhamento médico e os prazos de retorno indicados.

Quando há recaída, o médico deve determinar:

Se é realmente uma recidiva ou um novo câncer;

Se a metástase é local ou à distância;

O tempo decorrido desde o tratamento inicial.

Com base nisso, é definido o novo protocolo de tratamento — e, sim, muitos pacientes voltam a entrar em remissão.

 

Nos estágios avançados

Nos casos mais graves, o objetivo do tratamento passa a ser manter a qualidade de vida e prolongar o tempo com conforto e dignidade. Mesmo no quarto estágio, há possibilidades de controle e bem-estar.

 

A quimioterapia e outros métodos devem ser aplicados com cautela. Quando o corpo está muito debilitado, tratamentos agressivos podem piorar o quadro. Nesse ponto, o papel da equipe médica e da família é garantir cuidados paliativos, apoio emocional e respeito à vontade do paciente.

 

Prometer curas impossíveis é antiético. A esperança verdadeira está em viver com dignidade, cercado de amor, mesmo diante do câncer.

 

Conclusão

O câncer ainda é um dos maiores desafios da medicina moderna, mas o conhecimento, a prevenção e o diagnóstico precoce aumentam as chances de cura e melhoram a qualidade de vida. Conhecer seu inimigo é o primeiro passo para vencê-lo.

 

Convite para o próximo artigo:
No próximo artigo da TV Saúde, entenda por que a alimentação e o sono são armas silenciosas contra o câncer — e como pequenos hábitos diários fortalecem seu corpo contra as mutações celulares.

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