Estresse crônico ativa mecanismos perigosos no corpo e pode afetar diretamente a glicose — especialistas explicam como isso acontece.
O estresse não é apenas uma sensação mental: ele atinge o corpo inteiro e dispara reações complexas em diversos sistemas. Quando essa resposta se torna contínua, seus efeitos deixam de ser meramente momentâneos e passam a representar um risco real para a saúde.
Nutricionistas explicam que o estresse agudo — como perder as chaves ou se preparar para falar em público — é normal e faz parte do dia a dia. O problema surge quando o estresse se torna crônico, repetitivo, prolongado. É nesse cenário que surgem impactos profundos no organismo, incluindo efeitos diretos sobre os níveis de açúcar no sangue.
A maioria das pessoas reconhece sintomas clássicos de estresse, como dores de cabeça, palpitações ou desconfortos digestivos. Porém, existem sinais menos óbvios — e um deles é a dificuldade em manter a glicemia sob controle. Pessoas com diabetes frequentemente percebem que períodos de tensão estão associados a picos glicêmicos inexplicáveis.
Especialistas apontam três mecanismos principais pelos quais o estresse afeta o açúcar no sangue:
Mesmo vivendo em ambientes modernos, nosso corpo ainda reage ao estresse como se estivesse diante de um perigo físico real. Assim, prazos apertados e pressões emocionais despertam a mesma resposta biológica que correr de um predador.
Essa reação libera grandes quantidades de cortisol e adrenalina, elevando o açúcar no sangue para fornecer energia rápida ao corpo.
Com isso, a insulina — responsável por equilibrar a glicose — precisa trabalhar mais.
Quando essa descarga hormonal acontece frequentemente, o organismo começa a desenvolver resistência à insulina, processo que favorece o acúmulo de gordura abdominal, pré-diabetes, obesidade e diabetes tipo 2.
Dormir mal é uma das consequências mais comuns da tensão contínua. Um estudo da Academia Americana de Medicina do Sono mostra que quase 75% das pessoas relatam dificuldades para dormir por causa do estresse.
A privação de sono aumenta a inflamação, altera hormônios do metabolismo e desequilibra o controle glicêmico — criando um ciclo em que estresse gera insônia, e a insônia amplifica os efeitos do estresse sobre o açúcar no sangue.
Para muitas pessoas, comer é um mecanismo de alívio emocional. E, nesses momentos, a escolha normalmente recai sobre alimentos ricos em açúcar ou carboidratos simples, como sorvete, biscoitos e batatas chips.
O que poucos sabem é que isso não é apenas comportamento: é química.
O cortisol aumenta o apetite e reforça o desejo por alimentos calóricos, enquanto a resistência à insulina faz com que a fome pareça ainda maior.
O resultado é um ciclo de estresse, fome exagerada e glicemia descontrolada.
Nutricionistas reforçam que é possível reduzir esses impactos adotando hábitos simples, mas consistentes:
manter horários regulares de sono
praticar atividade física
cultivar hobbies e atividades prazerosas
fazer pausas ao longo do dia
adotar alimentação equilibradaEssas estratégias ajudam a reduzir o cortisol, melhorar o humor, estabilizar a glicemia e fortalecer a saúde a longo prazo.
“Como reduzir o cortisol naturalmente: 7 estratégias que diminuem o estresse e protegem sua saúde.”