Duas semanas só com vegetais: como isso afetou minha diabetes LADA

Publicado por: Feed News
18/11/2025 20:00:00
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Embora pareçam semelhantes, LADA, diabetes tipo 1 e tipo 2 têm causas e tratamentos muito diferentes.
Embora pareçam semelhantes, LADA, diabetes tipo 1 e tipo 2 têm causas e tratamentos muito diferentes.

Uma experiência prática mostra como duas semanas de dieta totalmente vegetal podem estabilizar a glicemia e transformar energia, sono e digestão — mesmo em quem tem diabetes LADA.

 

Tive diabetes e experimentei comer só vegetais por duas semanas — eis o que aconteceu

Adotar alimentos de origem vegetal realmente pode ajudar no controle do açúcar no sangue. Mas a minha experiência mostrou que isso vem com desafios, vitórias e algumas descobertas inesperadas.

 

Tenho Diabetes Autoimune Latente em Adultos (LADA), então sei exatamente como a dieta interfere na minha glicemia. Quando decidi testar uma alimentação 100% vegetal por duas semanas, eu estava curioso, desconfiado e, confesso, um pouco apreensivo.

 

Meu receio era simples: será que cortar todos os produtos de origem animal — inclusive as fontes de proteína com pouco carboidrato das quais sempre dependo — iria ajudar ou atrapalhar meu controle glicêmico? Esses 14 dias me ensinaram muito: os benefícios, as dificuldades e como precisei ajustar a dieta ao meu próprio corpo. Também cortei laticínios, açúcares e farináceos.

 

A fase de adaptação

Carboidratos e glicemia: os ajustes necessários
Logo notei que uma dieta totalmente vegetal pode ser rica em carboidratos. Feijões, grãos integrais e legumes são ótimas fontes de proteína e fibra — e a fibra, segundo a Associação Americana de Diabetes, desacelera a absorção dos carboidratos e ajuda a controlar a glicemia.
Mas mesmo assim, esses alimentos elevam o açúcar no sangue.

 

Com tentativa e erro, aprendi a combinar carboidratos com fibras, gorduras e proteínas para reduzir picos glicêmicos. Um exemplo simples: quando comia macarrão integral com molho de tomate, acrescentava brócolis no vapor com alho e pimentão ao lado. A diferença foi clara.

 

A busca pela proteína ideal
Garantir proteína suficiente virou uma missão. Ela era essencial para manter a saciedade e a energia. Usei tofu, leguminosas e testei proteína vegetal em pó. A parte boa é que descobri receitas incríveis — como tacos de cogumelo-óstra com cebola em conserva e pimenta habanero, que viraram tradição aqui em casa.

 

Os benefícios que surpreenderam

Glicemia mais estável
O resultado mais evidente foi a maior estabilidade glicêmica. Ao focar em alimentos integrais e ricos em fibras, consegui evitar picos altos mesmo consumindo mais carboidratos. Há estudos apontando que dietas vegetais podem melhorar o controle da glicose e até reduzir o risco de desenvolver diabetes. No meu caso, fez total sentido.

 

Energia renovada
Ao final das duas semanas, minha energia mudou. Dormi melhor, acordei mais disposto e mais alerta mentalmente — provavelmente pela combinação de nutrientes e pela ausência de altos e baixos glicêmicos.
Outro bônus: parei de beliscar antes de dormir. Um estudo pequeno mostrou que pessoas em dietas vegetais com pouca gordura consomem menos calorias do que quem segue dietas low carb com alimentos animais.

 

Digestão funcionando perfeitamente
Outra surpresa foi a melhora da digestão. A quantidade de fibras regulou meu intestino e reduziu o inchaço. Pesquisas mostram que, em pessoas com diabetes, dietas ricas em fibras aumentam bactérias benéficas no intestino, o que favorece tanto o funcionamento digestivo quanto o controle glicêmico.

 

As dificuldades reais

Vida social complicada
Sair com amigos foi desafiador. Poucos restaurantes tinham opções vegetais adequadas para diabetes, e explicar minhas restrições era cansativo. Comecei a levar lanches e a pesquisar cardápios antes de sair. Funcionou, e meus amigos foram bem compreensivos.

 

Tempo extra na cozinha
Comer mais vegetais exige planejamento. Cozinhar feijão, testar receitas e montar pratos equilibrados leva tempo.
O que salvou minha rotina foi fazer preparo em lote: deixei pronto feijão preto, quinoa, lentilha, grão-de-bico e mantive itens práticos como feijão preto e conservas. As refeições ficaram mais rápidas.

 

Valeu a pena?

Testar uma dieta baseada em plantas, tendo diabetes, foi revelador.

Sim, há desafios — refeições mais ricas em carboidratos e mais tempo na cozinha —, mas os benefícios compensaram: mais energia, digestão melhor, mais variedade e controle glicêmico mais estável.

 

Se você está pensando em tentar, comece devagar. Priorize refeições equilibradas, unindo carboidratos a fibras, proteínas e gorduras boas. E converse com seu médico ou nutricionista antes de fazer mudanças importantes.

 

Vou virar 100% vegetal? Talvez não o tempo todo. Mas certamente vou incluir muito mais refeições vegetais na minha rotina. Essa experiência mostrou que pequenas mudanças já trazem grandes resultados na forma como a gente se sente — por dentro e por fora.

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