Por que alguns dentes do siso devem ser extraídos e outros não? Especialista explica o que realmente importa na decisão.
Os dentes do siso tiveram um papel importante para os nossos ancestrais, ajudando a mastigar alimentos duros e fibrosos. Hoje, com uma dieta mais macia e utensílios adequados, eles perderam sua função original — mas continuam existindo, e nem sempre passam despercebidos.
Embora muitas pessoas acreditem que os dentes do siso devem ser removidos assim que nascem, a decisão nem sempre é tão simples. Uma dentista consultada, com base em um estudo, explica quando a extração é necessária e por quais motivos.
Os dentes do siso geralmente surgem entre os 17 e 25 anos, mas nem todas as pessoas têm o conjunto completo — ou sequer têm um deles. Pesquisas indicam que entre 5% e 37% das pessoas não apresentam pelo menos um desses dentes.
Quando eles permanecem quietos, sem dor ou inflamação, e não prejudicam outros dentes, muitas vezes nenhuma intervenção é necessária.
O principal sinal de alerta é a dor no fundo da boca, no maxilar ou na mandíbula. Inflamação e inchaço da gengiva também indicam que algo não vai bem.
Os maiores problemas surgem quando o dente do siso não nasce totalmente, criando uma área difícil de limpar. Isso facilita o aparecimento de cáries, inflamações, infecções e até cistos ou tumores ao redor do dente.
“Quando o siso não irrompe por completo, a higiene fica comprometida, aumentando o risco de deterioração e doenças gengivais”, explica a dentista.
Nem sempre há sintomas, o que reforça a importância da avaliação regular com um profissional.
A remoção é uma cirurgia comum na odontologia e costuma durar cerca de uma hora. Após o procedimento, é esperado um período curto de dor leve, sangramento discreto e algum inchaço.
A maioria das pessoas retorna às suas atividades normais em três a cinco dias. A recuperação completa leva por volta de duas semanas, e complicações mais sérias, como infecção ou alveolite seca, são raras.
Mesmo bem posicionados, os dentes do siso ficam localizados no fundo da boca, onde a escovação e o fio dental têm mais dificuldade de alcançar. Isso aumenta o risco de cáries e problemas gengivais com o passar do tempo.
Por esse motivo, muitos dentistas sugerem a extração preventiva. Ainda assim, quem opta por mantê-los deve reforçar os cuidados com a higiene e visitar o dentista regularmente para acompanhamento.