Quando a inteligência artificial ouve o silêncio que o mundo ignora, é sinal de que a humanidade precisa ser reprogramada
A OpenAI revelou em 27 de outubro de 2025 um dado alarmante: mais de 1 milhão de usuários do ChatGPT por semana enviam mensagens com sinais diretos de ideação suicida ou automutilação. Outros 560 mil apresentam possíveis sintomas de transtornos psicóticos ou episódios de mania, segundo levantamento da empresa divulgado em seu blog oficial e repercutido pela TVSaude.Org.
A companhia explica que o novo modelo GPT-5 foi amplamente treinado para lidar com temas sensíveis e reduzir comportamentos inadequados. Em testes controlados, o modelo atendeu aos padrões de comportamento considerados seguros em 91 % das vezes, frente aos 77 % da versão anterior.
Para aumentar a segurança, a OpenAI firmou parceria com 170 médicos e psiquiatras da rede Global Physician Network, que avaliaram mais de 1 800 respostas do ChatGPT sobre temas relacionados à saúde mental. Entre as medidas implementadas estão:
Referência direta a linhas de apoio e centros de prevenção de suicídio;
Alertas para pausas em sessões longas de conversas;
Revisão contínua por profissionais de saúde em respostas classificadas como de risco.
Segundo a empresa, os dados não significam que o ChatGPT esteja causando crises, mas que muitos usuários buscam na IA um refúgio emocional — às vezes, o único espaço de escuta que encontram.
“Essas interações revelam uma falha social profunda”, avaliam especialistas. “A IA está apenas refletindo o desamparo humano diante da solidão e da ausência de acolhimento real.”
O caso reforça o debate ético sobre o papel das inteligências artificiais em temas de saúde mental. Embora o ChatGPT não substitua um terapeuta, o volume de mensagens de desespero mostra que as pessoas estão pedindo ajuda onde encontram empatia — mesmo que seja em uma máquina.
No próximo conteúdo da TV Saúde:
“Quando a Máquina Vira Espelho: Por Que as Pessoas Desabafam com a Inteligência Artificial?”
Entenda o lado humano por trás da tecnologia — e como a solidão digital está moldando o comportamento emocional da nova geração.