Documentário vai além da crítica ao consumo de carne e mostra como a contaminação começa ainda nos criadouros — onde o lucro fala mais alto que a vida.
Enquanto a indústria da carne contesta a Netflix na Justiça por críticas ambientais e nutricionais, outro documentário vem expor um problema ainda mais grave: a contaminação invisível dos alimentos.
Em “Contaminação – A Verdade Sobre o que Comemos”, a câmera abandona a discussão sobre dietas e agrotóxicos para mergulhar no universo dos patógenos alimentares — bactérias, vírus e parasitas que se espalham da criação ao prato. Logo nas primeiras cenas, o espectador é confrontado com imagens chocantes: animais confinados em linhas mecanizadas, sendo separados ainda vivos, em um processo descrito como “seleção em fase viva”.
É nesse ponto que o filme deixa de ser apenas uma denúncia sanitária e passa a ser também uma reflexão ética e humanitária. A “fase viva” mostra onde tudo começa: o confinamento, a pressa industrial e a perda total de empatia no trato com os seres vivos. É ali que a contaminação nasce — e se espalha, invisível, até o consumidor.
O documentário mostra ainda como as falhas na inspeção sanitária e a falta de transparência da indústria expõem populações inteiras a riscos. Casos de infecção alimentar, surtos de E. coli, salmonella e Listeria são retratados como consequências diretas de um modelo de produção movido pela pressa e pelo lucro.
Mais do que um filme sobre higiene alimentar, “Contaminação” é um alerta global:
a comida barata tem um preço alto — e quem paga é o corpo humano.