Maior pesquisa já realizada sobre o tema mostra que ansiedade, depressão, TDAH e transtorno de conduta compartilham alterações estruturais nas mesmas regiões cerebrais.

Um novo estudo internacional trouxe uma descoberta importante para a saúde mental de crianças e adolescentes: jovens com ansiedade, depressão, TDAH ou transtorno de conduta apresentam alterações muito semelhantes em áreas-chave do cérebro. Essas regiões são responsáveis por processar emoções, responder a ameaças e interpretar sinais internos do corpo — funções essenciais para o equilíbrio emocional e comportamental.

A pesquisa foi conduzida pela Universidade de Bath e analisou exames de imagem cerebral de aproximadamente 9 mil jovens, sendo que metade possuía diagnóstico confirmado de algum desses transtornos. Publicado na revista Biological Psychiatry, o trabalho é considerado o maior e mais completo estudo já realizado sobre o tema.

Segundo a pesquisadora principal, Dra. Sophie Townend, os resultados mostram que esses quatro transtornos, embora se manifestem de formas diferentes, têm raízes neurobiológicas muito próximas. Para ela, isso abre caminho para estratégias de tratamento e prevenção que podem beneficiar grupos variados de jovens — em vez de abordá-los como doenças isoladas.

Outro ponto importante é que meninos e meninas apresentaram padrões cerebrais praticamente idênticos quando tinham o mesmo transtorno mental. A descoberta surpreende porque estudos menores sugeriam diferenças entre os sexos. Ainda assim, a prevalência continua distinta: TDAH e transtorno de conduta são mais comuns em meninos, enquanto ansiedade e depressão afetam mais meninas.

O estudo reuniu 68 grupos de pesquisa de cinco continentes, todos ligados ao consórcio global ENIGMA — organização reconhecida mundialmente por integrar neuroimagem e genética para entender a estrutura cerebral.

Além das conclusões sobre os transtornos, psicólogos alertam para comportamentos diários que minam a saúde mental de forma silenciosa. Três hábitos, aparentemente inofensivos, estão entre os que roubam energia de maneira quase imperceptível e contribuem para o esgotamento:

1) Multitarefa constante, com excesso de notificações e tarefas acumuladas.
2) Tomada de decisões o tempo todo, que sobrecarrega o cérebro.
3) Compromisso excessivo com rituais de bem-estar, muitas vezes impostos por pressão social.

Especialistas afirmam que reconhecer esses padrões é um passo essencial para prevenir tanto o estresse quanto o agravamento de transtornos mentais já existentes.